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   quinta-feira, dezembro 28, 2006
29, 30 e 31. Acho que vai dar tempo de publicar as últimas três estórias idiotas (aliás, as mais) desse ano.



   sábado, dezembro 23, 2006
Ouvindo

Panic - The Smiths

Panic on the streets of London
Panic on the streets of Birmingham
I wonder to myself
Could life ever be sane again ?
The Leeds side-streets that you slip down
I wonder to myself
Hopes may rise on the Grasmere
But Honey Pie, you're not safe here
So you run down
To the safety of the town
But there's Panic on the streets of Carlisle
Dublin, Dundee, Humberside
I wonder to myself

Burn down the disco
Hang the blessed DJ
Because the music that they constantly play
it says nothing to me about my life
Hang the blessed DJ
Because the music they constantly play

On the Leeds side-streets that you slip down
Provincial towns you jog 'round
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
HANG THE DJ, HANG THE DJ
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ
HANG THE DJ



   quinta-feira, dezembro 14, 2006
Festa à vista!

Frenesi especial comemorando o aniversário do Cassy Daddy.

Vai ser no Decor Lounge (claro) e a senha de entrada é "Feliz aniversário".

Tocarei belas canções para danças de salão. Quero ver todo mundo rebolando a jaca!




Último fim de semana foi de flambar o cérebro! Há muito tempo o litoral deixou de ser meu oásis de sobriedade. Para não me alongar muito nos relatos de doideiras, conto que desci do fretadão antes de casa e comecei a beber no Simpatia do Embaré com a galera do trampo. A segunda caipirinha foi feita com 51 apesar de estarmos pedindo de Velho Barreiro (muito melhor). Depois que chegou mais um amigo podre de bêbado, fui ajudá-lo pois eu sou muito altruísta e fui no escadão do morro do Jabaquara pegar um remédio pra ele acordar. Após essa corrida, eu e uma renca de seis ou sete pessoas fomos ao Decor conversar sobre nossa próxima festa no local. Quando todos iam pra casa eu resolvo ficar sozinho lá, no Anhembi, trevas bar. Mas fiquei pouco e voltei caminhando pra casa, para chegando lá, lembrar que a minha chave ficou na mochila dentro do carro. Assim sendo pulei o muro do prédio e toquei o interfone às quatro da manhã - imagino eu - para que meu pai abrisse a porta pra mim.

No outro dia curei minha ressaca para ir à festa de fim de ano da firma na Capital, que não é Sampa nem Brasília: trata-se de uma casa de baladas ao lado do Extra da Ana Costa. Vi gente que eu não via há mileanos e bebi muita cerveja e gin. Uns quatro camaradas estavam pastilhadaços mas eu não. Eu só comprei mas não utilizei nada, tenho um nome a zerar. Mas saindo de lá comprei mais aditivos, utilizei-os e cheguei em casa quando mamã fazia o almoço dominical. Eu sou mesmo um orgulho!

Acordei às oito da noite, os meninos que trampam comigo em SP estavam subindo e lá fui eu aproveitar a carona. Nem comi nada. Mas no carro matamos uma garrafa de catuaba. Não gosto de catuaba, mas de álcool eu gosto. Sendo assim cheguei legal na minha casa e achei um desperdício ir dormir. Fui para a rua Augusta, bar Ibotirama, beber e conversar até o bar fechar. Até o Charm da Augusta também fechar. Até o dia clarear. Até irmos - eu, mudinho e gatinha - à casa do amigo doidão. Até sairmos de lá, até rolar uma discussão a la Raoul Duke e Mr. Gonzo, até eu me encontrar descendo a Rebouças a pé para o trabalho e procurando uma farmácia onde comprar um colírio que disfarçasse meus olhos vermelhos. Até concordo que às vezes eu exagero.



   terça-feira, dezembro 05, 2006
Resolvi não ir pra casa direto logo após o trabalho e me vi sendo levado pela multidão na rua Xavier de Toledo. A correnteza me levava direto ao shopping Light, provavelmente pra me fazer comprar algum presente de natal. Na calçada, apinhada de gente e camelôs, a tiazona pisava os astros distraída. Quando notou, olhou para trás com um sorriso amarelo de desculpas ao vendedor de DVDs que expõe suas mercadorias no chão.

Após a mal sucedida procura, voltava eu pela mesma calçada. Mais pela rua, para fugir da multidão e dos produtos expostos que me atrapalhavam os pensamentos. Mesmo assim algo me chamou a atenção na lanchonete: não sei se o pastel de feira ou o verdadeiro bolinho de bacalhau que as faixas informavam. E lá parei para comer o tal do pastel de feira (o verdadeiro bolinho de bacalhau me pareceu oleoso demais) e um suco de limão delicioso. Como qualquer boa lanchonete de baiano tinha também aquela simpatia dos donos e funcionários. Me chamou a atenção o X-Terremoto, que valia pouco menos de cinco reais com direito a um suco. Apesar de saber que as conseqüências do X-Terremoto devem ser catastróficas, fiquei curioso, e intrépido que sou qualquer dia paro lá para conferir.

E assim voltei pra casa de mãos vazias e estômago cheio, e cheio de vontade de dar mais voltas dessas ao léu, esquecidas no meio da inércia de um dia-a-dia sem-graça.



   sábado, dezembro 02, 2006
Garimpando na Neto Discos tive boa surpresa como de costume: encontrei um CD do Itamar Assumpção com Naná Vasconcelos. Já piro na genialidade do Negão paulistano há certo tempo, especialmente após ouvir "Pretobrás - Porque que eu não pensei nisso antes?".



Pretobrás foi o último trabalho lançado pelo Nego Dito em vida. Já este em parceria com Naná Vasconcelos - "Isso vai dar repercussão" - foi lançado em 2004, um ano depois da morte de Itamar. É deliciosamente perturbador ouvir as composições de Itamar Assumpção aliadas ao batuque de primeiríssima e outros sons do Pernambucano Naná.



Pra quem nunca ouviu, a primeira audição pode causar estranhamento. Como quase tudo o que é bom demais e não enjoa. Depois da segunda ou terceira audição, as músicas colam na cabeça em um digerir cerebral que bem alimenta a mente.

O CD que era pra ser duplo, acabou saindo com apenas sete músicas e deixa com vontade de ouvir mais. Mas... Acabou - como podemos ouvir quando a última música está acabando.

A propósito, ainda tem um monte desse disco ali na Augusta em frente ao Espaço Unibanco. Se a curiosidade te mordeu, saiba que vale a pena gastar doze dinheiros e comprar o CD para ouvir lendo letras, ficha técnica, frases soltas e texto da filha do Nego Dito.




   quinta-feira, novembro 23, 2006
A lua está nova. Minha cara continua um pouco inchada e não há vírus nem bactérias nas minhas parótidas segundo os exames.

Agora eu sei: Na verdade eu estou passando por uma metamorfose e vou me transformar num baratão.

Nada de Kafka. A coisa aqui é mais trash, afinal, eu sou o Edgar.







gimme sugar!



   quarta-feira, novembro 22, 2006
Desditas de um dodói

Que porra de doença é esta?

O bunda-mole hipocondríaco já se manifesta e imagina várias opções incluindo as piores imagináveis: "Acho que morrerei dentro em breve..."

Já o desencanado diz que deve ser uma gripezinha de merda e declara assunto encerrado: "Deixe de frescura!"

Eu acho que nenhum dos dois sabe de nada e resolvo procurar um profissa, já que noto que tenho febre, e forte - respiração quente, moleza, frio, calafrios e dor muscular.

Até poderia retirar a dor muscular da lista dos sintomas, uma vez que estávamos eu e a Ma em São Thomé das Letras e lá caminhamos como camelos no primeiro dia.

No segundo dia é que eu comecei a sentir a febre e um choque de alimento muito azedo no fundo da mandíbula. Nem por isso deixei de me jogar no pocinho e nas três cachoeiras que fomos com um grupo que conhecemos na Gruta do Carimbado. Era nosso segundo e último dia de viagem, oras! Eu só me entregaria e deixaria de curtir (incluindo as cachaças na cachoeira) se eu não pudesse me manter de pé.

Já na segunda-feira, após a viagem de volta durante a madrugada, estava eu trabalhando junto às minhas paranóias e mais meia dúzia de gatos-pingados azareados para trabalhar no feriado do dia da consciência negra. Aqui fica o fundo musical, cante comigo: Vida de preto é difíci, é difíci, é difíci...

Enquanto a febre ora me queimava, ora me congelava eu mantinha meu corpo presente e aguardava pacientemente a hora de ir até o hospital perto da minha casa. E conjecturava sobre o meu mal: como minhas parótidas doem e estão inchadas muito provavelmente é caxumba. Nesse caso preciso tomar cuidado. Será que ficarei estéril? Será que ficarei rendido que nem o tio sacudo da bicicletaria?

Mas também pode ser um câncer, resultado de toda química consumida e que aí se inicia para logo após se espalhar pelo corpo inteiro numa metástase fulminante. E essa sensação de azedume nos cantos da boca? Será que por acaso naquela amora selvagem azedíssima que colhi e comi e São Thomé não pousou antes uma mosca do berne, cujas larvas agora se desenvolvem dentro de minhas parótidas? Que nojo!

Mesmo sabendo que foi o pensamento mais babaca resolvi pesquisar na internet para ter certeza de que esse bicho não pousa e deixa ovos em plantas.

À tardinha, no hospital, o enigma não foi totalmente solucionado: a médica disse que muito provavelmente tratava-se de uma inflamação das minhas amígdalas naturalmente gigantes, que causou uma íngua. Ainda assim não descartou a possibilidade de ser caxumba e pediu que eu retornasse caso meu focinho não inchasse mais.

Depois de receber umas químicas intravenosas voltei pra casa afim de dormir muito. Antes passei na farmácia para comprar o Celebra e a Novalgina receitados e me espantei com o preço do tal de Celebra: Trinta e seis reais por um antiinflamatório?! Absurdo! Depois lembrei que há pílulas as quais eu pago quase esse preço a unidade. Assim baixei a bola e ainda refleti sobre o quão avaro eu sou.

Ao chegar em casa encontrei mochila, bolsa e roupas da viagem espalhados. E assim deixei por dois dias. A bagunça não dói nada, o que dói é perceber que cem reais foram perdidos. E até sei onde foram perdidos: nos dois últimos bancos do ônibus, na viagem de volta, dormi deitado e me revirando like a rolling stone. Entre essas horas que o dinheiro caiu do meu bolso. Eu deveria ter guardado o dito-cujo na carteira, mas na hora que o retirei da bolsa de viagem que ia no bagageiro eu estava viajando de cerveja, cachaça, banza e febre. Agora tenho certeza de que foi culpa da febre, maldita febre!



   sexta-feira, novembro 17, 2006
Meu vizinho jogou uma semente no seu quintal

Eu quero uma casa no campo
onde eu possa plantar mescalitos
maconha e lírios
e nada mais



   domingo, novembro 12, 2006
Ouvindo:

(Já há algum tempo e não sei porquê. Acho que foi desde que o Ratzinger apareceu com a proposta de rezar umas missas em Latim. Hoje puxei o som)

Bezerra da Silva - Canudo de Ouro

Embecado numa rica batina na porta da igreja o vigário
ficava, rezando bem alto a missa em latim pra não dar
na pinta o que ele transava
todos que ali passavam se admiravam da sua oração
mas a reza do padre só fazia milagre
para quem entendia aquela transação (2x)

Dentro da igreja o padre era um santo
das 6 da matina até o meio dia
mas debaixo da sua batina
cheia de flagrante que só Deus sabia

o crucifixo que o padre usava era um
tremendo canudo de ouro
só quem sabia do significado desembolsava logo o dinheiro do bolo
pro azar do padreco pintou um dedo de seta
computador do capeta manjava o latim
ligou as antenas e pegou a mensagem
que foi traduzida e dizia assim:

Quem quiser cafungar ou dá dois
vai na sacristia com o sacristão
mas leve em dólar que a coisa é da boa
porque com o cruzeiro não tem transação

Rapidinho o radar na maior covardia o padreco vendeu
os federais grampearam o vigário vendendo o bagulho na
casa de Deus

mas seu advogado que o direito penal muito entende
fez uma petição clamando ao juiz
- doutor perdoa que ele não sabe o que vende



   sábado, novembro 11, 2006
A vida é fácil como uma rima

Quebrando os dez mandamentos
comentendo sete pecados capitais
já que já somos (l)azarentos
isso não pode ser nada de mais



   sexta-feira, novembro 03, 2006
Saí do trabalho quase às dez da noite. Fazia um tempão que eu não ficava trabalhando depois do horário. Mas não estava com raiva não. Depois da reunião da manhã ficou estabelecido que nosso grupo trocaria de partners e eu finalmente não trabalharei com aquele bosta que consegue tretar com todos os partners. Sendo assim acho que o problema de relacionamento não era meu. Na verdade era um pouco sim: Cada um tem uma reação, e a minha é ficar desmotivado. Já não morro de amores pelo trabalho, então qualquer coisa é motivo para eu me encostar. Queria que o mundo acabasse em barranco...

Enquanto passava pra frente a antiga carteira de clientes e começava a resolver problemas da nova, recebi umas três ligações do meu amigo Husky, com quem eu havia combinado de beber umas cervejas às sete da noite ali no Itaim.

- Fala, homem de merda! Já cheguei aqui no bar.

E na segunda ou terceira:

- E aí, seu viado! Tu vem ou não vem?

Quando cheguei ao bar, chamado Vaca Velha, percebi que teria que ligar pois estava lotado o local. Cheio de cocotas e playbas, e eu com aquela roupa de trabalho. Nem envergando meu melhor terno eu estava! Ao ser questionado sobre a localização exata, meu amigo disse que estava bebendo em frente à tábua de passar roupa na calçada.

Tu do lado da bunda ou do chifre da vaca? - perguntei eu. Pois é, na calçada em frente à porta há uma das vacas do cow parade e no resto da calçada em frente ao bar tem umas quatro tábuas de passar roupa pro pessoal apoiar as cervejas e copos e ficar ali bebendo de pé.

Na verdade o Husky nem estava lá, o filho da puta tinha ido comprar cigarro. Mas estava lá o Zé Luiz, que trabalhou com a gente na agência de navegação. Nem sabia que eles estavam trabalhando juntos. E em uma empresa que é cliente da empresa onde eu trabalho. Coincidentemente da carteira de clientes que eu vou dividir com uma menina do trampo. Ao saber disso, o Husky falou que quer que eu seja o responsável pelos business com eles. Falei que ia me arrepender uma vez que ia tratar com um negociante nato e pechincheiro pra caralho, mas ia pedir pra cuidar da conta deles sim. Ele adiantou que eu não vou pedir nada, que ele é quem vai ligar e dizer que quer que eu seja o customer service deles. Melhor, talvez ajude um pouco na recuperação do meu filme - tostadíssimo por conta de faltas, atrasos e vagabundagens em geral. Nossa, parece que eu tô falando da escola!

Ficamos os três rindo e lembrando dos tempos de departamento de exportação e importação. Das figuraças e dos fatos hilários. Da viagem que fiz com o Husky pra São Thomé e das festas e bebedeiras. E assim fomos bebendo e bebendo até que chegou a menina que ia se encontrar com ele. Eu olhei os peitinhos dela quando ela passou pela gente e não viu. Ele ligou e disse que como ela demorou ele estava com outra gatinha. Ela deu risada ao ver ele bebendo com dois marmanjos.

Bem legal a menina. Ficou logo à vontade trocando idéia conosco. Até que depois da terceira saideira o garçon disse que não daria mais para servir pois o bar estava fechando. Ainda tentamos beber a saideira no bar da outra esquina, que também estava fechando. Ah, a gente pega umas latinhas no posto do caminho - decidimos. Eu e o Zé iámos pra casa e o casal ia comer e trepar, como o Husky já bêbado divulgava. Eles haviam se conhecido há poucos dias, estavam cheios de amorzinho, mas a menina pouco ligava para as indiscrições do rapaz.

Ela prometeu uma carona para o Zé pois não tinha mais ônibus. E eu ia de táxi, mas acabei indo com eles. Depois que deixamos o Zé - que ainda pagou a carona com um carocinho de maconha - íamos pra casa. O Husky já havia dito - e lembrou - que ele ainda iria levar ela num lugar legal pra jantar naquela noite mas ela tomou as rédeas e disse que ia levar a gente pra conhecer um lugar bem legal. Eu ouvi um S no final desse você? É isso mesmo? Ela estava me incluindo? Legal!

Ele ficou curiosíssimo. Ela contou que era surpresa e que era um lugar legal onde ela conhecia o dono, que também é advogado dela, da irmã dela ou coisa que o valha. Ela ia nos levar para conhecer, talvez ficássemos só uns vinte minutinhos. Ela disse que queria ver se a gente ia se chocar. Eu adverti que não me surpreendo nem me choco fácil. Ele disse que não queria ir a nenhum baile gay. Então ela abriu o jogo e falou que estava nos levando para um clube de Swing. Oba!

Gostei mais da menina. Pelo retrovisor vi os bonitos olhos dela, com as sobrancelhas arqueadas pra cima. Segundo ela, ela não ligava pro que as pessoas achavam. Eu só achava que ela era de programa, mas se fosse pra fazer for free, "no amorzinho" como ela disse em uma das nossas conversas no barzinho, eu acharia ótimo.

E lá chegamos. Vários carros na porta e um letreiro com luzes vermelhas ao fundo que indicava o clube do qual nem lembro o nome.

Peguei meu livro no carro, por via das dúvidas, pois o futuro é incerto. Fiz bem pois o dono deixaria ela levar um de nós para conhecer e outro teria que desembolsar os cento e vinte, que eu nem quis saber se era de consumação ou só de entrada. Eu não pagaria de qualquer modo. Aquela filha de uma puta (não, a própria) estava trabalhando, mas para não dizer que eu perdi a viagem ela xavecou e pediu ao dono se um segurança podia me levar pra conhecer a casa. O Husky já tinha entrado correndo pra ir ao banheiro, a menina ficou na porta e eu fui fazer a visita monitorada com o guia indicando os locais: A pista de dança que parece de qualquer puteiro de São Paulo, e as partes dos fundos onde o bicho pega solto. Devo deixar aqui bem explicado que são as partes do fundo da casa e não do segurança. Assim vi a sala do puteiro geral, onde estava formada uma muvuca em volta de um quadrado sobre o qual um cara comia uma mulher de quatro. O cheiro de sexo era evidente naquela sala, mas o casal parecia meio performático. Achei que eram contratados para apimentar os ambientes. Depois vi as salinhas reservadas e as não-reservadas onde quem passa vê o que rola por um trançadinho de madeira ou por um vidro. No labirindo e no andar superior ele disse que só entram casais. Cadê a maluca? Ela disse que nos traria pra conhecer o lugar então quero que ela me mostre o labirinto.

Quando voltamos à entrada a doida não estava mais lá. Pô, eu queria ao menos me despedir e pegar meu livro que deixei junto com a bolsa dela. Nem precisei pedir duas vezes, me entregaram logo o livro azul que estava embaixo da bolsa ali no número 100.

Acendi um cigarro e saí caminhando. Pensava em pegar um táxi na avenida que nem estava tão perto quando recebo uma ligação do Husky:

- Cadê tu, doido?
- Ah, saí, porra! Ela não tava mais na porta pensei que cês já estivessem no labirinto.
- Não, ela só tinha ido no banheiro.
- Ah, mas desencana que eu vou catar um táxi. Curte aí, doido!

A idéia era ir pra casa dormir cedo e gastar mais nada do escasso dindin que eu tinha. Mas lembrei que a Gata Noturna (nome de super-herói) mora ali naquele bairro. Será que ela estava em casa? Difícil, devia estar na rua. Mas porque não tentar?

E ela estava! Eu informei em qual esquina eu me encontrava e disse que a esperaria no posto de gasolina que lá havia. Comprei uma latinha de cerveja e um maço de cigarros e sentei em umas mesinhas ao lado da loja de conveniência, onde comecei a ler meu livro. Em cinco minutos ela já estava lá, rindo da minha indumentária de crente, com bíblia e tudo.

Pegamos o carro e fomos ao Ibotirama. Eu queria passar em casa antes de tudo pra trocar de roupa mas ela me convenceu de que na rua Augusta não são necessárias essas frescuras. E entrando no bar do Alemão, vi o jornalista que é bem assíduo daquela rua, vestindo uma camisa de botão semelhante à minha, com a diferença da estampa estrambótica da dele.

Acabamos nem ficando muito tempo na Augusta. Eu até entraria no Vegas, mas a gata disse que a bebida era cara lá e eu fui obrigado a concordar. Dei a idéia de irmos ao nosso local sagrado de cantorias, pois tem cerveja a preços justos e quem sabe até poderíamos dar uma palhinha.

Pedi dois espetinhos e comi deliciado, contrariando o que eu havia utilizado anteriormente. Fora que quando eu bebo eu não costumo comer para não ocupar espaço no estômago.

Mas o lugar não estava tão legal. Ficamos conversando até depois das seis da manhã, quando fomos ao psy-forró, inferninho das putas na rua Bento Freitas. Lá sim, conseguiríamos algo legal. A gata não paga nada pra entrar, mas eu pago cinco reais. O legal é que ainda ganhei um vale-drink que utilizei pegando uma long- neck. Falei pra gata que não conseguiríamos nada, pois aquela roupinha que me dá jeitão de crente, para os nóias pode parecer jeitão de cana. E falando em cana, um cara grande gordo e com uma camisa de gola pólo com um emblema da polícia veio falar com a gente, puxou conversa, ofereceu da cerveja dele e disse que era do Denarc mas que gostava de cheirar. Não sei porque cazzo uma hora ele mostrou uma cromadona pra gente, acho que pra provar que era da puliça. Depois que ele saiu fora a gata disse que tinha ficado com medo e eu disse a ela que aquilo era nada mais que um bosta, se ele fosse um puliça de moral não precisaria se mostrar tanto. De qualquer modo era bom não darmos muita trela ao sujeito pois daqui a pouco todos pensariam que também fossêmos como ele ou pior, poderiam nos tomar por cagüetas.

Acho que umas oito da manhã havia alguns nóias, putas e travas dançando na pista. Rolou eletrônico (house véio) e também algumas do Calypso. Suuuuuucesso! Quase às nove eu e a gata estávamos dançando uma versão da música do Dirty Dancing (muito propício) com direito a piruetas. Depois que saímos de lá, fomos ao bar 24h perto de casa e ficamos falando de misérias presentes. Já em casa, conversamos falando de amores passados e no final estávamos dançando um samba. E bem, viste?



Deixe para amanhã o que você pode fazer ontem.

(piada interna de ontem que nem eu entenderei amanhã)



Minha memória anda avariada. Talvez seja melhor eu escrever tudo para poder ter alguma estória para contar depois. Se bem que às vezes eu penso que deveria não lembrar nada mesmo, para o meu bem. Ou deveria? Ah, sei lá!

O Rio de Janeiro continua lindo e eu continuo um bêbado sem a mínima noção do ridículo. Aliás, já cheguei bêbado ao Rio e de lá saí assim. Tudo culpa do atraso de quase quatro horas no nosso vôo, que fez com que ficássemos bebendo chopp no aeroporto. O que mais faríamos nós três? Bebam, crianças, e paguem esse preço absurdo.

De manhãzinha chegamos na casa da Paula, que tinha vindo pra SP. A prima dela ia ficar e nos receber (uêba!).

Jogamos os colchões no chão de um dos quartos e ficamos conversando e bebendo até capotarmos. Acordei sei lá que horas e comi uns pedaços de torta e... Comecei a beber cerveja. O que fizemos mesmo depois disso? Ah, fomos à praia de Copacabana (que eu pensei ser Ipanema por conta de um dos túneis que passamos)! Andamos um pouquinho no calçadão e paramos em um barzinho. Ficamos bebendo até de noite, quando fomos pra casa tomar banho, se arrumar e ir ao Tim Festival. Liguei o som, peguei uma cerveja, acendi um cigarro. Eles começaram a brigar e ela quis ir embora. Eu, bêbado, escondi o sapato dela, mas depois acabei brigando também e falei onde estava o sapato. A Yula, dona da casa, chegou bem depois, com alguns amigos que ficariam lá bebendo, ouvindo música e sabe-se lá o que mais. Uma loirinha, uma outra com cara de tímida e um moleque.

Havia uma vodca, da qual bebemos tampinhas. Todo mundo virando ao menos uma tampinha. E nessa brincadeira até eu que não gosto de vodca viro uma tampinha.

Quando eu estava prontinho pra ir ao show, o casal briguento resolveu ir também. Eba! Vamos beber uma cerveja pra comemorar.

Chegando lá, não queriam deixar eu entrar porque eu estava com uma câmera profissional. Ora porra, mas todo mundo entra com câmera nessa merda! Não adiantou, não queriam deixar eu entrar. Fiquei ali xavecando e fazendo cara de cachorrinho pidão por uns dez minutos, até que vi que essa tática não daria certo e exigi meu dinheiro. Então tudo foi resolvido e eu pude entrar. Só de raiva tirei um monte de fotos, parecia um turista japonês. Mas só de praga deles todas saíram uma merda.

Quando eu cheguei o Booka Shade tocava e bem pra caralho. Fiquei ali um tempo preso à gig, até que fui ver o Yeah Yeah Yeahs. Caralho, só faltava eu perder a última parte do último show. Já não tinha visto a véia Patti por conta de bebedeiras e conseqüente perda de noção das horas.

Na entrada do palco principal encontrei o Dukkha, que toca na Jaca. Ele falou que depois iria ao Dama de Ferro. Gostei da idéia. Mas eles não. Depois do show, quiseram ir pra casa. Eu fui com eles até em casa e depois iria até o Dama, mas até eu fiquei com preguiça e resolvi ir só até a Lapa que não é tão longe da Tijuca, onde estávamos. Na verdade eu estava faz tempo com idéias de ir conhecer esse grande muquifo lindão que é a Lapa ali ao lado dos arcos.



Não decepcionou. Parei em frente a uma gama de bares e clubinhos onde tocava tudo que é tipo de som. Fui até a sinuca maloqueira, em um casarão na rua de trás. Nem é tão maloca quanto eu pensava. E a galera legal. Perguntei a um alemãozinho se ele sabia quem tinha um bagulho. Mas ele disse que tava difícil depois que um fotógrafo publicou fotos da galera vendendo e utilizando ali na Lapa. E com efeito, havia uma viatura parada o tempo todo lá na esquina. Malditos fotógrafos!

Dei um rolé, parei em um boteco onde tinha umas bichas feias dançando umas músicas poperô da Jovem Pan. Perguntei para um menos purpurina se ele sabia do bagulho. Nada.

Estava terminando minha cerveja quando um cara que devia ser amigo da bicha que eu falara há pouco começou a conversar. Ele não era bicha, ou parecia não ser, mas veio jogar um xaveco pro amigo. Falei que nem rolava, valeu. Ah, mas ele só quer fazer uma chupeta, tu nem encosta - disse ele. E eu disse que nem rolava, não ia subir. E o cara falou que o outro poderia chupar até mole mesmo, o que ele queria era chupar.

Acabei de beber a cerveja e polidamente me retirei do local. Voltei à sinuca e até desencanei das drogas. Estava no balcão bebendo e conversando com uns tiozões malucos. Um deles estava dizendo que o outro era vascaíno mas sabia a escalação do Flamengo de mil novecentos e bolinhas.

Mas ô bigode, disse eu, é que ele tem um chamego pelo Flamengo! E ele concordava, rindo. O outro maluco queria por uma música na juke box e pediu minha ajuda. Mas o dono do bar já estava desligando a juke. Nisso o alemãozinho a quem eu havia perguntado do bagulho, me chamou pra jogar sinuca. Estava ele, o primo dele e uma menina. As partidas foram equilibradas, mas talvez porque todos estivéssemos desequilibrados por excesso de cerveja. O primo do alemão, um grandalhão estava querendo tretar a todo momento. Primeiro quis tretar com um cara que na verdade é um dos seguranças da casa.

Depois que a casa fechou eles iriam me dar uma carona até a Tijuca, que fica perto. No caminho tretamos com uns hippies. Começou com um grupo tirando o outro pra lóki e eu falei que eles eram uns bostas, de hippies não tinham nada, não passavam de mendigos. O bicho estava quase pegando e o alemãozinho botando panos quentes. Conseguiu me convencer e eu o ajudei a botar panos quentes no primo, que estava mais exaltado. Na verdade eu devia ter sido convencido pelo brigão, pois aqueles hippies eram muito folgados. Eu queria ser mais sangue nos óio e bem no dia que eu tô ficando alguém vem com palavras de apaziguamento? Ora, merda! E ainda tive que ouvir por isso. Pegamos o carro dando risada, eu e a menina no banco de trás e o alemãozinho e o primo no da frente. O primo começou a brigar com o alemãozinho porque ele é um maricas, que tinha que ajudar a cair pra dentro. O alemão disse que não queria ficar tretando por lá. Nós éramos de fora (o grandalhão era de Minas, eu acho) mas ele estava direto por lá. Correto.

Aí o primo direcionou a raiva pra mim. Disse que eu também, também devia ter caído pra dentro e que eu era na verdade amigo dos hippies. Protestei veementemente, amigo dos hippies é o caralho! E ele perguntou o que eu estava fazendo naquele carro. Eu falei pra ele parar, que não havia pedido carona nenhuma (e é verdade, eles me ofereceram). Ele parou e eu saí. O alemãozinho e a mina falaram pra eu ficar, acharam que eu ia brigar com o primo. O primo a mesma coisa, pois também desceu do carro. Eu disse que não saí pra tretar, só saí porque não precisava mais da carona. Agradeci e saí andando. E peguei um táxi, não fazia idéia de onde eu estava. Antes peguei outra latinha no bar.

Devia ser bem umas oito da manhã quando cheguei em casa. Entrei no quarto e me deitei ao lado dela. Ele ressonava do outro lado. Ela acordou e perguntou o que eu tinha. E eu fiquei lá, todo choroso, dizendo que só arrumo inimizades. Ela ficou passando a mão no meu cabelo num carinho materno.

Acordei no outro quarto. Não sei como fui parar lá. Só sei que eu estava sem calças. Sim, só de camiseta e sem calças. A Yula viu minha bunda quando passou pelo quarto de manhã. Eu estava fantasiado de Pato Donald!



Assim aconteceu o mistério do sem-calça: Ainda tenho vergonha do que não sei que fiz. Mas só de ficar sem calça e ir parar no outro quarto (onde estavam a loirinha e o moleque na hora que eu cheguei) já significa que boa coisa não aconteceu. Só sei que não fui violado, pois quando acordei de manhã era só minha cabeça que doía. Aliás, doía pra caralho. Tanto é que dessa vez eu aceitei a Neosaldina que me ofereceram. E não é que a dor de cabeça passou logo depois que fomos justificar o voto? Neosaldina é o futuro da humanidade. Já sou fã!

Na avenida passava um ônibus indo pro Leblon, que corremos pra pegar. A Yula não quis ir porque tinha quebrado o dente da frente de madrugada, caindo na sala. É triste ver as pessoas perdendo os dentes, as calças... Onde esse mundo vai parar?!

Chegamos e passamos o túnel e eu de novo achei que estávamos em Ipanema. Paramos num quiosque e bebemos, bebemos, bebemos. Eu já estava ótimo. Que dor de cabeça, que nada! Tirei fotos de surf com minha super objetiva 75-300 que também não ficaram boas. Acho que não tenho dom pra nada mesmo. Merda!

Depois fomos para o bar do dia anterior e ficamos bebendo até que descobrimos que estávamos em Copacabana e resolvemos pegar um táxi para Ipanema. É pertinho mas o sol já estava no fim. Então fomos pra areia e compramos cervejas. Também caí no mar, que é pra tirar a zic-zira.

Já era noite quando paramos em um bar em frente a uma praçona de Ipanema. Eu já tinha ido naquela praçona quando fui na apresentação do Fat Boy Slim com a Pri e depois fomos ver o Julião tocar na Nova, que era ali. Na esquina tem o bar onde paramos e comemos quase uma peça inteira de picanha. Só aí que eu comi decentemente. E bebi pra caralho também, sei lá mais quantos chopps. Quando chegamos em casa vi que não tinha mais cerveja e fui comprar mais oito no posto da esquina. Só pra segurar até a hora de pegar o avião. O meu só sairia de madrugada. Eles resolveram pegar busão que sairia meia-noite e eu devia ter feito o mesmo porque não dormi nada nesse entre e sai de avião, ônibus e metrô.

A propósito eu parei de beber no aeroporto. Chega disso, não quero ser o novo Jeremias.



(perdoem os erros, amanhã eu reviso o texto enquanto bebo uma cervejinha)



Todo mundo às vezes se acha o bom e às vezes se acha o bosta. E em ambos os casos isso nem sempre corresponde à verdade.

Então, ache-se quando bem lhe prouver.



   terça-feira, outubro 24, 2006
Eu disse que não tinha tido nem blue monday, nem tuesday?

Pois agora a bala bateu!

Um aumento da tristeza normal. Daquelas paradas para pensar e ver que a vida tá sem rumo. Os esforços pra mudar alguma coisa são pequenos, eu sei. Mas mesmo esses pequenos esforços não trazem resultado nenhum.

E enquanto isso eu vou tendo a mesma rotina de sempre. Não fossem as explosões hedonistas eu já teria pirado. Mas isso acaba sendo solução paliativa.

A diversão é diferente a cada tempo livre. Mas no tempo preso é tudo igual há anos. E de quem é a culpa? Só minha, não sei do quê estou reclamando...

A garganta arde, os músculos doem. Nas raras vezes que meu corpo reclama eu paro de fumar para melhorar.

Pensando isso acendo um cigarro. Foda-se.

Mas não, isso não é desespero.



Despair

...é só um tiquinho de auto-destruição.



   segunda-feira, outubro 23, 2006
Encontrei um flyer bem vagabundo em casa e comecei a rir. Aquilo sim é que é underground!

Susi in Transe era fichinha e muito bem frequentado perto de onde eu fui parar no último feriado.

Depois de ficar enchendo a lata no Folhão, fui à festa da Caravana da Coragem que rolou no Juke Joint (outro lugar fichinha). Acho que chegamos na festa umas quatro da manhã, as pessoas estavam começando a ir embora. Mas fiquei lá até quase o final. Depois passei na Rua Augusta, no fino bar do Alemão e de lá fomos ao Espetinho, para cantar um pouco para as distintas pessoas do local.

Como o Espetinho também estava ficando desanimado lá fomos nós parar nesse tal lugar. Trata-se de um club na Bento Freitas onde vão se divertir as putas, os nóias, os aviões, os cafetões e toda sorte de seres baixos. Assim como eu me encontrava no momento.

Podre de bêbado, conversei com putas e nóias. Bebi mais cervejas e presenciei princípios de quiprocó. Só saí quando a música parou e acenderam-se as luzes. Não lembro direito o que tocou na bombada balada do baixo meretrício, mas sei que é bem diversificado como consta no flyer: Black, Techno, Psy, Pagode e Forró.

Isso é que é underground. O resto é pose.



   quinta-feira, outubro 19, 2006
Putz! Quando eu fico feliz o mundo fica mais feliz. Até o tempo cinza me parece bonito! Eu posso notar que as pessoas que trabalham próximas a mim ficam mais felizes. Meus xingamentos após dispensar algum mala ao telefone são proferidos com bom humor. Acho bonito o amigo do trabalho abraçando a amiga que senta na mesa em frente... Hoje meu sorriso estampa-se com facilidade.

E eu me pergunto: quem foi o filho da puta que botou bala no meu café?



   terça-feira, outubro 17, 2006
Já descobri um dos porquês que este blog anda às moscas: Ultimamente tenho achado meu texto muito pueril (pueril, poeiril... Será que há uma relação?). Somando a isso uma auto-crítica exacerbada, acontecem as freqüentes desistências de publicação de textos e textículos.

Mas existe um outro porém: navegar nesse tal de Orkut ocupa um tempo precioso em frente ao computador. É resposta de scraps, é participação em comunidades esdrúxulas e volta aqui, e volta ali para ver se houve respostas... Se a resposta foi boa ou má... O que eu devo pensar... Na verdade esse tal de Orkut é um joguinho de brincar com seu ego. Um monte de gente acaba comentendo orkuticídio porque além das brincadeirinhas comuns, ainda ficam paranóicas bisbilhotando os recadinhos de conhecidos, de conhecidos de conhecidos e quaisquer outros agregados, entrando assim em paranóia profunda. Isso quando não ficam com mania de perseguição, achando que todo mundo está vendo seus profiles e seguindo seus passos por onde quer que vão.

Terceiro motivo: Não coloquei internet na minha casa. Não instalei porque meu computador tá um lixo que nem processar minhas imagens processa direito. Que dirá se colocar uma internet... E a preguiça é gigante, tanto para arrumá-lo quanto para contactar um provedor de acesso. Melhor assim, não gasto tantas horas na internet, pois aqui no cyberlixo fico apenas o tempo suficiente para responder emails e scraps. Não me sinto em casa em cybers. A propósito, estou saindo agora daqui desse cyberlixo direto para o bar ao lado.



   quinta-feira, setembro 21, 2006
Revoltadinho de merda

Eu não quero saber é de porra nenhuma hoje! A inocente cervejinha de ontem transformou-se em dry martinis, caipirinhas, cachaças de Minas e charlies. E cervejas, claro. Mas o foda foi a transformação em uma noite sem dormir. E uma chegada ao trabalho querendo mandar todos tomar nos seus devidos cus. Acho que é por isso que muito pouca gente está falando comigo hoje. É uma cara de azedume e olho vermelho que faz com que as pessoas acreditem que eu possa mandá-las à merda mesmo. E é bem provável.



   domingo, setembro 17, 2006
De repente notei que estamos fazendo uma poota festa legal de música eletrônica só com divulgação via internet. Não fizemos nenhuma panfletagem nem deixamos filipetas nos lugares badalados. Mas os flyers eletrônicos são ótimos e animação é o que não falta.

Frenesi é o nome da festa. Eu, Krewbs e Cassy Daddy já estávamos com a idéia da festa assim que o Cassy ganhou os dois CDJs da Flávia, dona do Lov.E e juntamos ao velho mixer do Krewbs para fazer o som nas festas da turma e chill outs.

A primeira era para ter sido no Lido, mas não foi organizado de maneira correta e acabou não vingando. Então rolou o aniversário da Chá, em um lugar novo que a irmã dela tinha conhecido - o Decor Lounge, em Santos. Trata-se de um misto de galeria de arte e bar clandestino, onde só se entra cantando a senha do dia.

Tocamos na festa e os donos gostaram do som e da galera. Pediram para entrarmos em contato, pois queriam que tocássemos outros dias. E lá foram Krewbs e Cassy Daddy. Eu não fui por morar em Sampa, mas eu não ia fazer diferença nenhuma em negociações, mosca morta que sou.

Tocamos outro dia, mas ainda sem nome de festa. Levamos bastante gente ao local e assim que acabamos com a cerveja fomos acabando com as outras bebidas alcoólicas. Ô povo que bebe!

A segunda festa já foi a batizada como Frenesi. O flyer eletrônico vinha do cartaz do filme Frenesi, do Hitchcock. Flyer produzido pelo Krewbs e que eu publiquei no meu fotolog. A divulgação foi feita no site de música eletrônica Rraurl, pelo fotolog e via Orkut, onde enviávamos convite de amigo a amigo colocando um link para o flyer. Achamos importante mandar uma mensagem para cada amigo porque mensagens em massa não tem tanta credibilidade quanto um convite pessoal. Mas que dá trabalho isso, dá!

O que importa é que a festa foi um sucesso, lotando o Decor Lounge acima da capacidade e mais uma vez acabando as cervejas do local. Isso porque eles haviam se preparado, dado que já havíamos terminado o álcool na primeira festa. Na segunda, secamos o bar novamente. Acabou cerveja, acabou catuaba, acabou tequila, acabou vodca... E os sobreviventes fazem chill out, se não na casa de alguém, na praia mesmo, bebendo de manhã enquanto esportistas fazem cooper e velhinhos passeiam com os cachorrinhos.

Na segunda Frenesi foram menos pessoas - foi no meio do feriado de sete de setembro - mas estava uma lotação perfeita: bastante gente e espaço suficiente pra dançar, não ficar se balançando entre pessoas apertadas.

Na primeira festa levamos o filme Frenesi, mais Janela Indiscreta, para passar em uma TV postada ao lado do equipamento. Na segunda, (cujo flyer era o grito da mulher do Psicose) levamos o filme Psicose, mais Pássaros e Fúria de Titãs. Há cenas que as pessoas param para olhar, como a do cara estrangulando a mulher no Frenesi e a clássica cena da facada em Psicose.

Para a terceira festa o flyer veio do filme Monstros, de 1932. Vou tentar comprá-lo para passar no DVD enquanto a festa acontece.

Tem uma cena bem legal no Youtube.

We accept you! One of us!
Gooble, Gobble
Gooble, Gobble
We accept you! One of us!
One of us!



   quinta-feira, setembro 14, 2006
A gente nota que está ficando velho quando começa a gostar de ir ao supermercado: Segunda-feira fui ao sebo, à loja de 1,99 e ao supermercado perto de casa. Cheguei em casa cheio de sacolas e ainda tive coragem de fazer um faxinão. Então notei que estavam acabando os produtos de limpeza. Aí, descendo do ônibus na avenida Angélica, resolvi ir ao Futurama porque tinha lido no jornal que é um dos supermercados mais baratos da região. E gostei de andar naquele supermercado! Achei realmente barato quando vi uma garrafa de gin por 15 reais. Minha primeira aquisição. E eu só precisava de alguns produtos de limpeza, mas dei a volta no mercado todo e mais uma vez saí cheio de sacolas.

Espero que tenha sido apenas um surto bissexto.



   terça-feira, agosto 29, 2006
Blue monday
Grrreen tuesday
Maybe fryday I'll be in love


Quatro dias da semana desequilibradamente distintos


Sábado pastilhinha legalzão: Não há problemas com o mundo nem com você.

Domingo ressaquinha-recuperação: Não há neurônios suficientes para fazer uma análise.

Segunda-feira blue: Triste, triste... Há quem pense ser culpado por todos os problemas do mundo. Há quem chore com comercial de margarina.

Terça-feira azeda: Mau-humor. Há quem pense que o mundo é culpado por todos os próprios problemas. Há quem quebre tudo

E que venha a quarta, porra! (Pereio mode - on)



Isso é nojento. Isso é América.

Esse texto contém spoiler para quem gosta de descobrir pequenos detalhes. Ou não, caso eu seja mesmo um delirante que encontra mensagem subliminar onde não existe.

Indo ao cinema descobri que hoje é dia nacional de combate ao fumo. Mais um motivo para ir assistir "Obrigado por fumar".

Como eu não tinha grandes expectativas em relação ao filme - não havia lido nem uma sinopse, apenas soube que uma amiga em quem confio no gosto gostou - foi uma ótima experiência. É um maço cheio para quem acha babaca o politicamente correto.

Ao sair do cinema acendi um cigarro e ri sozinho lembrando que numa certa hora do filme vi uma brasa na ponta do obelisco.




   quarta-feira, agosto 16, 2006
Emburrecimento visível

Preciso escrever mais nessa joça aqui.

Ultimamente só tenho escrito emails no trabalho. Por isso, ao terminar o último post, quase adiciono um "sds".


Thanks and best regards,

Ed Gardenal





Ontem estava pensando que estou cansado de São Paulo e de Santos. Aí na minha cabeça deu um clique hipponga e decidi passar o fim de semana em São Thomé das Letras. Amanhã compro passagem e vou sozinho. Aliás, se alguém quiser me acompanhar, vamos nessa!

Cachaça à noite e cachoeira de dia.
Pensando bem, cachaça de dia também.

Mas como quando digo o que vou fazer invariavelmente dá tudo errado, meu destino para o próximo fim de semana ainda é uma incógnita.



   terça-feira, agosto 01, 2006
No meio de um chill out na casa do Batata estávamos falando da festa Catuabeats quando o Milton Ithi me surge com a idéia do Nova Schin Beats, só com ícones do forró e brega (seria isso um pleonasmo?).

Então ficamos imaginando:

- Meu, não posso perder o show do Calcinha Preta!

- E o Calypso então? Vai ser ótimo!

- Cara, a bala tá batendo! Vamos correr pra tenda do arrocha!!!

- Pô, mas vai ter a tenda Old School, com Clemilda e Beto Barbosa!




Nova Schin Beats: Doze horas de músicafona e arrasta-chinela!



   quinta-feira, julho 27, 2006
Eu você e todos nós estamos apenas passando o tempo

E passando o tempo me desviei do caminho de casa e entrei no cinema para assistir "Elsa e Fred - um amor de paixão". Filme para se assistir com um sorriso bobo no rosto, foi o filme em que eu mais ouvi "owns" até hoje. Bem legal. Só faltou tocar Patrícia.



   terça-feira, julho 04, 2006
Tora! Tora! Tora!

Teremos terapia today. Outra.



   sábado, julho 01, 2006
Diversão onírica

Dormir tem sido divertido com os sonhos que ando tendo. Anteontem sonhei que saltava de para-quedas. Eu já tinha estado no salto dos meus amigos que tinham ido antes. Na minha vez, eu estava com muito medo e fiquei mexendo no para-quedas e me perguntando se aquela porra iria abrir na hora h. Mexi tanto que já tinha quase certeza que ele não iria abrir porque eu não sei dobrar para-quedas. Não tive a oportunidade de saber porque acordei antes.

Dia desses sonhei que eu e minha mãe estávamos enterrando... Eu!

Eu não estava triste de ter morrido ou pela perda, mas fiquei com pena do defunto, achando que ele havia sido enterrado vivo. Na hora mandei fazer a exumação. Quando abri o caixão notei que o finado continuava na mesma posição, coberto pelo sudário de jornal que minha mãe tinha feito. Já que ele (o eu) não havia se (me) movimentado, concluí que ao ser enterrado estava mesmo mortinho da silva e mandei cimentar de novo o túmulo.

O sonho da manhã passada foi engraçado: depois de estar numa festa em um terraço, parei numa barraquinha de pastel. Vários sabores a escolher. Nham!

Perguntei do que que era o pastel turbinado. A mulher disse que era de jaca e jambolão e já foi jogando na bacia de óleo. E eu falei: Não, não! Acho que não vou gostar desse sabor.

Ela se aproximou de mim e falou: Não, bobinho, isso é pastel de maconha.

Pena que acordei antes do pastel ficar pronto.

Agora estou ansioso pela minha próxima noite de sono. Mas só depois da festa de hoje, pois também me divirto acordado.



   sábado, junho 24, 2006
Música do fim de semana:

Me duele festejar - Bersuit Vergarabat

Ay! Me duele festejar
Me gusta igual

Ay! Me duele festejar
Me gusta igual

Aunque la espada helada me venga a buscar
Con los mandatos severos de la moral
Me hayan cortado las piernas para bailar
Iré en mi silla de ruedas a festejar

Ay! Me duele festejar
Me gusta igual

Por el silencio del miedo de mi ciudad
Ruidoso cuadro violento y desolado
Por la memoria de los antiguos carnavales
Voy a parir contención, festejando

Ay! Me duele festejar
Me gusta igual

Aunque me duelan los huesos, a festejar
Y me haga feo el espejo, me gusta igual
Aunque pierda las neuronas, a festejar
Y aunque a veces me juegue la libertad

Aunque me sienta culpable, a festejar
Y cuatro días fisure, me gusta igual
Aunque pierda el equilibrio, a festejar
Y me asuste el delirio, me gusta igual

Ay! Me duele festejar
Me gusta igual

Aunque me duelan los huesos,
Y me haga feo el espejo,
Pierda las neuronas, juegue la libertad
Me sienta culpable, cuatro días fisure
Y pierda el equilibrio, y me asuste el delirio
A festejar igual
a festejar ¡si!
a festejar
A festejar, mierdas, ¡vamos!
A festejar



   sexta-feira, junho 23, 2006
Estava lendo no trem e ouvi alguém falando de lobisomem. A menina que estava sentada e a tiazinha riram do nerd que gracejava e falava que o lobisomem ia uivar: auuuuuuuuu!...

Levantei os olhos do meu livro e observei as pessoas ao redor: Não tinha ninguém parecido com lobisomem. Ninguém a não ser eu, com meu cabelo grande e desgrenhado, e minha tosca barbinha no queixo e no rosto.

A menina ainda riu mais tarde, depois de olhar pra mim - coisa que eu observava pela minha visão periférica.

Eu estava lendo "O lobo da estepe", mas isso eles não podiam ver. Se vissem achariam mais hilário ainda.

Pior do que ser motivo de riso para desconhecidos é gostar. E eu gostei. Pronto: Serei lobisomem até segunda-feira.



   segunda-feira, junho 19, 2006
tanto a escrever e tanta preguiça...

segunda-feira triste...

o trampo tem sugado minhas forças...

ando cansado de tudo...

ando com vontade de mais...

não sou só eu que ando com raiva do mundo...

não sou só eu que ando com raiva do povo...

será que é a lua que rege os humores?

será que somos todos atores?

preguiça...

preguiça de pensar...

e esses pensamentos teimam em me acompanhar...

eu quero descansar...

eu quero viajar...

sem sair do lugar...

mas também tô cansado disso...

quero sair daqui...

desse cyber-café, dessa cidade, desse país...

a inércia não me faz bom aprendiz.

muitas vezes o que eu peço acontece...

pra depois eu reclamar de tudo o que eu quis.

e isso que era pra ser apenas uma frase,

virou uma cagarréia mental.

nada mau, Gardenal!



   domingo, maio 21, 2006
Pano de chão master series

Tudo começou com o povo do apartamentão. Com essa gente doida - Catita Xacrote, Taty e Rafa - comecei a fazer competições para ver quem fica mais louco e lixo nas festas.

Depois a nega saiu contando às pessoas que eu, quando morava com a Debora e o Diego, era um pano de chão jogado quando chegava das baladas.

Unindo a brincadeira à competição foi criado o "pano de chão master series" e a primeira a levar o troféu foi a própria nega, no mesmo dia em que nomeou a prova. Foi no Tostex, onde a maluca causou confusão, bebeu mais que um camelo antes de atravessar o deserto, falou merda aos montes e acabou sendo a última a sair depois de perder a bolsa e ficar amiga de uma dúzia de pessoas.

Já no Skol Beats o sapo ganhou o troféu. O moço grandalhão quase caiu umas duas vezes pra trás. Em câmera lenta. Uma das vezes eu e Krewbs ainda o puxamos de volta à posição vertical.

Na festa a fantasia do Sirena havia vários panos de chão. Inclusive uma das melhores fotos que eu tirei nos últimos tempos foi de um dos panos de chão da festa. Mas quem levou, com louvor, foi Papapapaulinha. A ensandecida chegou em casa e enquanto fumávamos ela virava tampinhas de vodca e claro, também nos obrigava a beber. No fim, quando nos preparávamos para ir à cachoeira a moça vomitava em profusão. Foi lindo!

Agora minha cabeça dói dói. E lembro que dia desses conversando com a Taty eu disse que eu nunca havia levado o troféu. É, mas você SEMPRE pontua - respondeu a menina.



   sábado, maio 20, 2006
Eu piso no luxo
eu piso no lixo

e pouco me lixo
pelo que vai no bucho
do homem-bicho



   quinta-feira, maio 18, 2006
Pausa para os comerciais

É ridículo o Estado passar a responsabilidade do bloqueio de sinais de celulares nas penitenciárias para as operadoras. E isso não é uma defesa às operadoras, é uma cobrança ao Estado. Ora porra: Daqui a pouco vão passar para alguém a responsa de colocar grades nas celas e blocos nas muralhas. Ora, vão se foder!



   terça-feira, maio 09, 2006
Descontrolado

Depois de dormir duas horinhas de ontem pra hoje a idéia era chegar do trabalho e dormir, mas here I am na rua às onze da noite.

Raiva... Mas só de raiva vou ali beber uma cerveja sozinho naquele santo boteco.



Domingo assisti na TV "Albergue Espanhol". Bem legal o filme. Depois de descobrir ontem que o filme "Bonecas Russas" é uma continuação daquele, fui assisti-lo no cinema. Gostei mais ainda, mas voltei pra casa caminhando cabisbaixo. Triste.

Me identifiquei com o protagonista (eu sempre me identifico, talvez se eu rever "Benji" eu me identifique também). E parece brincadeira, mas um dos diálogos foi quase igual ao que tive ontem: a menina dizendo que o cara era um acomodado, ele confessando que era egoísta e ela concordando, eles chegando à conclusão que não existe uma mulher perfeita do jeito que idealizamos. Ela vertendo lágrimas. Ele se sentindo um bosta. E por aí vai...

Podia ser parte de um filme. É um filme escrito por seus protagonistas.

O filme (e não é um spoiler):

Durante o dia trocaram emails e em um deles ela escreveu: Estou meio confusa, precisamos conversar.

Ele, avesso à conversas sérias se arrepiou mas respondeu prontamente: Ok! Hoje ou amanhã?

Hoje

E combinaram às oito e meia da noite. Ele chegou pontualmente quarenta e cinco minutos atrasado. Ela desceu logo e foram caminhando rua acima, decidindo onde ir. Tentaram o bar Drosófila, um barzinho escondido em uma rua escondida. Sem mesas.

Continuaram subindo a rua, pensando em ir beber uns drinks no Mestiço. Mas desviaram-se antes e entraram no Geni. Era cedo, eram dos primeiros a chegar e se acomodaram em um cantinho, ao lado do bar. Ele pediu um dry martini e ela um bloody mary. Dois, três e começaram a beber chopp.

A conversa manteve-se agradável, às vezes mais séria, às vezes mais animada. Falaram de músicas, livros, filmes, falaram bem e mal de pessoas, falaram sobre relacionamentos até que a conversa chegou ao objetivo da noite: ela queria saber sobre os sentimentos dele. Em relação a relacionamentos e em relação a ela.

Era um trabalho árduo para ele falar. Quase um parto. Mas falou, falou muito mais do que esperava. Mas ainda assim não a satisfazia com as respostas.

Estava claro que relacionamento não era com ele. Qualquer bobeirinha pode fazê-lo se afastar, até uma ligação dela, meio descontrolada numa manhã subseqüente a uma noite de bebedeiras.

Um homem, consciente ou inconscientemente procura a mulher ideal para ser mãe de seus filhos. E ela precisa ser perfeita. Uma mulher, segundo ela, procura o homem ideal para ser pai de seus filhos. Mas mulheres sabem melhor relevar as imperfeições de seus homens, instáveis que só eles.

Em qualquer relação a dois há sempre a parte que gosta mais enquanto a outra mantém-se acomodada. Mas era para ele era mais que isso: era como um jogo de palavras cruzadas que tivesse chegado ao fim. Como se amor fosse descartável. Idéia filha da puta, idéia nojenta!

A banda parou a música, a DJ parou de tocar a música lounge. As pessoas saíram e eles continuaram falando e falando e falando até o garçon oferecer a saideira. Depois de ter deixado a conta paga caminharam até a frente da casa dela.

Ele admirou a coragem e inteligência dela. Ela sabia que sobreviveria a uma negativa.

Uma lágrima rolou. Lógico que ela não queria vertê-la ali. Ele também não queria e agora não sabia onde acomodar as mãos. Um cigarro aceso, dois cigarros acesos. Ela triste, ele um bosta.

A conversa continuou séria, mas estava tudo resolvido. Coisa limpa, coisa de adultos. Coisa que ele não teria sido capaz de procurar resolver, pobre Peter Pan. Mas já estava ficando um mocinho, aprendendo a balbuciar frases inteiras. Sem drama, sem medo.

Na despedida, a certeza de que passaria rápido. E de que tinha sido a melhor coisa que haviam feito. Amigos podem ser melhores que psicanalistas.



   sábado, maio 06, 2006
Livros e músicas

Dentre minhas muitas manias, uma é a de adquirir marcadores de livros quaisquer e depois abandoná-los dentro dos livros. A primeira coisa que estiver à mão e puder marcar a página, serve. Pode ser um controle remoto ou um pregador de roupas. Lógico que não serão usados até o fim do livro: mais tarde eu consigo algo propício como filipetas, envelope de incenso, tampinha amassada de garrafa de cerveja ou mesmo um pacote de biscoito globo. Se alguém tomar um livro meu emprestado pode se deparar com um marcador bizarro.

*****
Alguns livros me fazem lembrar de músicas ou vice-versa. Às vezes porque é o que estou ouvindo quando estou lendo, às vezes porque acho que tem a ver com a estória. Isso acontece bastante, mas no momento só lembro de quatro livros:

Germinal (Zola) - Tell all the people e outras do "Soft Parade" do Doors
Noite (Veríssimo) - Caminhante noturno dos Mutantes (tudo a ver)
Caninos Brancos (Jack London) - Rocky Racoon e outras do álbum branco dos Beatles
On the road (Kerouac) - Um CD de coletâneas do Ray Charles e um da Janis Joplin

Só a dos Mutantes que eu não ouvia enquanto lia o livro, mas não posso ver aquele volume sem lembrar do som.

*****

Estávamos eu, Lequinha e Ma fazendo uma compilação de músicas descontrol. Aquele tipo de música em que o desequilibrado do microfone começa cantando calminho e depois passa a se esgoelar e se descabelar, chorando e/ou fazendo juras de amor. Dentre as amostras mais comuns dessa espécime de histéricos podemos citar as divas de merda dos EUA, Canada ou mesmo Itália como Whitney, Mariah, Celine ou Laura. Quando essas moças cantam eu logo penso: Apliquem um Haldol nessa doida!

Dentre as histéricas nacionais, podemos citar a Jane Duboc gritando que o amor é uma luz e a Rosana que além de histérica não sabe se está gritando Nem um TOC (homenagem ao rei) ou se ela é urologista maníaca e está "querendo dizer muito prazer" antes do exame de toque.

Lembrando dos meninos que merecem porrada pelo descontrole emocional já me vem à mente o Roupa Nova, que amam e vão gritar pra todo mundo ouvir. Sem contar outras gritarias deles. E no plano internacional talvez ninguém seja mais desarranjado mentalmente que o Steven Tyler. Pode ser o tamanho da boca que faz com que o rapaz se esgoele com tanta eficácia. E o cabelo de palha ajuda a se descabelar naquela hora em que merece uma porretada de amansa louco na cabeça.

Creio que não dá pra escolher apenas um para receber o troféu Haldol. Bom mesmo seria trancar todas essas tralhas num hospício e tacar fogo.



   terça-feira, maio 02, 2006
Eu queroooooo!!!

Já não tem mais o que inventar. Ó essa agora: Travesseiro com teflon!

Vou comprar um para quando estiver fritando o cérebro!



   quarta-feira, abril 26, 2006
Caso alguém ainda leia essa joça, eu arrecomêndio:




   segunda-feira, abril 24, 2006
Até agora não naveguei no google earth. Mas no google moon já, e descobri a matéria da lua.

Vê só: http://moon.google.com/



Literatosqueira Bitch

Dez e meia da noite larguei o livro e olhei o celular. Caralho, exclamei, a nega não veio me buscar!

Atabalhoado levantei-me, vesti minhas roupas e saí. Pegar um metrô e dois trens para a Vila Olímpia não é bolinho não.

Já na rua resolvi ligar para o Diego. Vai que a bicha ainda estivesse em casa... E estava.

Ai Ed, eu não vou mais - disse ele. Mas se você for eu vou, é que todo mundo desistiu e eu não quero ir sozinho.

Subi até a Consolação e chegando na casa dele saímos de scooter. Como ele corre! Já disse um dia que ele é um motogay dos mais cadela louca: até pilota direitinho mas é imprudente até. E eu vendo a hora em que iria bater com o joelho em algum carro ou mesmo me ralar todo no chão.

Em poucos minutos chegamos ao Lov.e e entramos. O DJ tocava "in my arms" na versão do DJ Tocadisco. Encontrei o Batata e a Taryn e pulando abraçamo-nos. Encontrei a nega e a Maura e pulando abraçamo-nos. Ela já me deu o copo e disse que não conseguiu ligar para mim nem por um decreto. É, meu celulixo dá pau às vezes. Já não é a primeira vez que me deixa na mão.

Encontrei também o Cassy Daddy, DJ estreante da noite. Dei-lhe um beijo no rosto e perguntei se ele já havia passado pela cabine de som.

Ainda eram onze e vinte e o coquetel seguiria com bebidas à vontade até meia-noite. Copos apareciam na minha mão, não deixavam nem eu beber o primeiro.

É tudo por minha conta! Pode pedir que eu pago - dizia eu, fanfarroneando.

Acho que nunca fiquei tão bêbedo em tão pouco espaço de tempo: com um copo em cada mão eu sorvia avidamente o líquido de um para ficar com apenas um copo na mão e não parecer aquele tipo de gente pobre que se excede quando vê distribuição gratuita.

Pouco depois da meia-noite o Cassiano começou a tocar e eu fui com o povo lá pra frente da pista. Ele iniciou com "Future is pussy" do Neonman e eu fiquei feliz e orgulhoso uma vez que eu que apresentei o som ao rapaz.

O set teve algumas sambadinhas e uma parada devido a um pau no som. Não é uma crítica pois eu não faria melhor. Quando a Fernanda comentou o fato com comiseração pelo pobre marido eu lembrei que o que realmente importava era ver todo mundo dançando bastante como acontecia naquele final de set dele.

Depois entrou uma gordinha mandando muito bem. A nega não parava de me enfiar tequila frozen goela abaixo. Ela e a Maura já estavam doidonas e da última vez em que as vi, estavam as duas vomitando, cada uma num canto.

A certa hora da noite não vi mais ninguém conhecido na pista e decidi ir embora.

Eu pensava em pegar um táxi. Mas pra lá da Faria Lima, onde seria mais fácil aparecer um. Decidi entrar na loja de conveniência da avenida Juscelino Kubitschek para matar a fome.

Pedi um kibe e estava pagando ao caixa mal-humorado que respondeu ao agradecimento e soltou um "viado" baixinho, entre dentes.

O quê? - perguntei bravo e arqueando uma sobrancelha. O pústula não teve coragem de me encarar de novo.

Odeio gente com síndrome de Tourette e queria ver aquele pelintra me insultar na cara, o que não aconteceu.

Continuei meu caminho em direção à Brigadeiro Luis Antônio. Eu não estava cambaleante, mas notei que minha cara não estava nada boa quando um casal desviou-se ostensivamente do meu caminho.

E fui subindo na direção da avenida Paulista. Foram bem uns três táxis que não pararam ao meu tímido sinal. Nesse ponto do caminho decidi ir até a minha casa a pé. Nesse mesmo ponto do caminho o suor escorria-me em bagas e eu tirei a camiseta.

Logo que comecei a descer a rua Augusta um carro passou por mim e alguém falou com a cara pra fora: "viado!".

De novo?! Ok, minha calça apertada dá uma aparência meio Iggy Pop, mas nem por isso qualquer lixo vai ficar me insultando à toa.

Virei-me, apalpei forte o meu pau e abriram-se as cortinas para o seguinte diálogo gritado em altos brados:

- Ó o viado aqui, seu puto!
- Vai, seu puto!
- Quebro a cara de vocês, seus filhos da puta!
- Vai se foder!
- Volta aí, seus bostas! Cês são tudo cuzão!

O carro, que estava seguindo lentamente, acelerou ao sinal verde. Parei de gritar no meio da Augusta, continuei meu caminho e vesti novamente minha camiseta. As escassas três pessoas que viram a cena devem ter me achado realmente louco. Ou bicha. Ou bicha louca. Mas ali não existe ser normal mesmo.

Passei pelo Charm e pelo Ibotirama onde os últimos notívagos animados bebiam suas últimas cervejas naqueles bares. Passando pelo bar do Alemão resolvi parar para comprar um papelote de cocaína. Dessa vez a Tânia Alves me serviu rápido. Descuidada até, pegando o pó diretamente de dentro do caixa.

Após o início da música que eu havia programado na jukebox baiana, saí empinando a latinha de cerveja que acabara de adquirir. Cheguei em casa pouco antes do amanhecer, não consumi o pobre papelote e adormeci preocupado com a lida, que fazia-se próxima.



   sexta-feira, março 31, 2006
Edinaldo Gardenaldo na revista eletrônica

Minhas fotos estão no MidiAtiva.

Visitem!



   quinta-feira, março 23, 2006
No balcão à minha frente uma garrafa, um copo e um cinzeiro cheio de bitucas. Atrás de mim, vários idiotas e suas fantasias, que eu vejo pelo reflexo da vitrine de sucos e refrigerantes. A porta do bar é refletida pelas bebidas de guaraná com ginseng. Lá fora passam carros, ônibus e idiotas, idiotas, idiotas.

De vários estilos, como as embalagens de sucos e refrigerantes. Muitos de preto, como o guaraná com ginseng. Muitos de outras cores como a tônica Schweppes, como o Matte Leão ou como o suco Del Valle. Todos à venda.

Quando a segunda cerveja é aberta a minha dor de estômago melhora. Só as pessoas não melhoram: o negão pensa que é Jimi Hendrix, o moleque ao meu lado pensa que é Alain Delon, a menina pensa que é Ziggy Stardust, o garçon pensa que é esperto e eu penso que sou Bukowski.



   quarta-feira, março 15, 2006
Relato maçante retirado de anotações de uns cinco fins de semana há mais ou menos um ano.

Sinceramente? Eu não leria.

Ah, mas tem mini kiss!


Quinta-feira, véspera de feriado. Resolvi ficar por aqui. Fui até a casa da Dani e do Fernando, onde ficamos bebendo e conversando até umas duas da manhã. Ao ver que não nos decidíamos por nenhuma balada de verdade, a Dani resolveu que estava com sono. Então fomos eu e o Fernando beber algumas saideiras no boteco mais próximo. Nesse caso, o Ibotirama. Tá, tá: O Charm é mais próximo, mas o viado do garçon não quis nos servir. Ê boteco que fecha cedo...

Ainda encontramos o Maurício e mais um camarada dele. Quatro dimônios, quatro "charleiros do apocalísps".

Lá pras três e poucos nos separamos, cada um pro seu lado. Eu, indo pra casa, olhei o relógio marcando as quatro e pensei: indo pra casa a essa hora? Amanhã eu não trabalho! Vou beber uma cervejinha ali no Susi. Se eu encontrar alguém, troco uma idéia rápida e volto logo pra casa.

Chegando no Susi, o espanto: casa cheia, gente bonita, mulherada dançando o mash up e vários conhecidos. Difícil de acreditar, nem meus olhos acreditaram, mas o fato é que eu só saí de lá depois das nove da manhã. À francesa.

Á noite, já em Santos, encontrei a Carmô em frente ao mercado para comprarmos umas cervejas e irmos a um esquenta que rolaria na casa do Batata. Espera: eu disse esquenta? Esquece.

Ao chegarmos lá encontramos os meninos já turbinadinhos, com um mixer e dois CD players simples mas limpinhos.

Menos de uma hora depois e o gordinho nos chama as atenção para a janela, para a seguinte cena surreal: Um caminhão desses tipo bye bye Brasil atolado na beira d'água em frente ao canal 6.

Agora eu realmente precisava passar em casa e pegar minha máquina fotográfica. Bem, na verdade esse negócio de ir pegar a câmera era mais uma nóia disfarçada para eu ir buscar mais cervejas e outras coisas legais que eu possuía na ocasião.

E lá fomos eu, Tutu e Carmô, agentes dessa missão ultra-secreta. Acho que a Carmô se emocionou, porque se embucetou linda na escadaria do meu prédio. Torceu o pé, mas ainda podia caminhar.

Chegando lá, fiz a divisão de duas pizzas e comi metade de uma. Ou mais, contando que três ficaram com um quarto cada e a Carmô com outra metade. Ah, sei lá... Sei que também dividi o conteúdo de uma cápsula de pó de pirlimpimpim que eu tinha.

Minutos depois começou a chegar mais gente, e mais gente, e mais gente... Na hora que o apartamento estava cheio eu disse pra alguém: vishpenseiqueissonãoiabatermasbateulindo!

Eu não conhecia a maioria da galera que estava lá, mas ainda bem que era tudo gente boa, assim não corri o risco de ter uma bad trip. Aliás só foram viagens engraçadas, as quais eu dividia com os menos loucos: a cozinha que virou um vagão de metrô (luz fluorescente + barulho do ventilador de teto + porta de correr que abria e fechava toda vez que alguém ia ou voltava da sala) e as sacolas cheias no banheiro, que pareciam faces de mulheres fofocando (e que eu inclusive fotografei) são exemplos das mais engraçadas. Também houve as viagens que eu não dividi, como o brilho dos olhos das pessoas que eu via multiplicado (em número, não em intensidade).

Às sete da manhã um puta arco-íris apareceu no mar, bem em frente à janela, enquanto um navio passava. E o caminhão ali, afundando na beira d'água em frente ao canal 6. Por mais insólita que seja essa cena, ela não era viagem da minha cabeça.

Meu irmão ainda deu uma carona para a Carmô, que apesar do pé torcido ainda conseguia rir, sob efeito. Nosso anteriormente combinado passeio à Prainha Branca estava automaticamente abortado.

Acordei à tarde, cheio de sensibilidade ainda, mas demorei um pouquinho pra notar. Eu não tinha fome, estava mais com sede. E foi bebericando água, suco e vitamina pronta que eu assisti a metade final do filme "A paixão de Cristo". Já havia assistido a carnificina no cinema. Ao terminar fiquei feliz de saber que passaria "Encontro marcado". Eu nunca tinha visto esse filme desde o começo e sim, queria vê-lo só pela cena do duplo atropelamento.

Acho o filme muito bom, mas a certa hora eu estava achando o ritmo meio devagar, pilhado que eu estava. Fraqueza, enjôo, fome e medo de não saber mais respirar se pronunciavam. Ou seja: nóia.

Levantei pra preparar meio pão com manteiga e queijo. Eu precisava citar esse meio pão com manteiga e queijo porque ele foi preparado com tal cuidado, atenção e prazer que não existe no dia a dia, quando não presto atenção em quase nada além da minha pressa.

A iguaria foi degustada com igual prazer enquanto eu via o filme. Ainda fui mais uma vez à cozinha para experimentar a mesma sensação. Praticamente uma ioga do pão com manteiga e queijo.

Na seqüência ainda passou "Cidade dos Sonhos", que eu sempre quis assistir. Nem liguei de vê-lo dublado. Gostei e não compreendo como alguém diz que não compreendeu. Oras, pela minha compreensão esse filme não é pra ser compreendido como um filme comum. Compreende?

Não é uma estória linear, é como um sonho. São várias mensagens em um sonho compartilhado. Ou não. Ou eu ainda estava viajando.

Quando finalmente resolvi sair já era mais de uma da manhã. Procurei minhas lentes de contato sem sucesso. Se não estavam na caixinha só podem ter ido parar no limbo das lentes, onde devo tê-las largado após a noite lisérgica.

Contrariado, saí de óculos. Óculos elevam minha cara de bundão à enésima potência. Mas foi assim mesmo que cheguei ao Retrô, onde acontecia a primeira noite do projeto Butleg. Eletroniquices rebolantes: house, electro, breakbeat de primeira. Pena que não tinha muita gente, porque o som estava bem legal. Logo na entrada encontrei a Miss Pop e fiquei conversando enquanto esperava minha caipirinha. Depois subimos e ficamos com o casal Popscene, a Fabi e mais um amigo dela. Também encontrei um camarada que à primeira vista não lembrei, mas acho que o conheço da Popscene.

Fiquei lá até o final, até o chill out da rodoviária e do terminal do Valongo. Eu pensava em uma última cerveja (primeira, eu só havia bebido caipirinhas) nos botecos trevas onde costumo acabar as noites quando estou em Santos. Mas para minha sorte, enquanto conversávamos chegou o ônibus que vai direto para casa. Adentrei o coletivo e desisti da idéia de rato.

Domingo de Páscoa ensoladado e eu, ao invés de um bronzeado, fiquei cultivando uma palidez em frente ao computador. Acabei ficando com preguiça de voltar pra São Paulo à noite. Resolvi voltar às cinco da manhã, quando meu velho, solícito, me acorda e me leva para o ponto final / inicial dos ônibus. Preciso deixar de ser folgado.

Meus dias de semana tem uma rotina bem semelhante, com dias de trabalho iguais e noites mais ou menos previsíveis:

Segunda - zumbi em recuperação
Terça - aula
Quarta - cinema ou cerveja com amigos
Quinta - aula

Essa semana fiz um mega-faxinão na segunda e na quarta bebi umas cervejas com a Ma no boteco do lado da igreja. Bebendo e fuçando livros.

Terça e quinta tenho aula. Para mim é uma terapia, o que me faz pensar que se eu trabalhasse com fotografia, minha terapia seria visitar um escritório asséptico e sem-graça.

E assim chegou outra sexta-feira. Eu estava empolgado e havia convidado amigos através de blog e orkut para o show do mini-kiss, mas ao chegarmos no local... fué fué fué fuééééééé!... Não havia porra nenhuma de anões tocando! O flyer era tão lenda quanto enterro de anão! E eu caí nessa pegadinha de primeiro de abril. Caí como um patinho-anão! E eu, que não sou nenhum cabaço. Eu, que sou mais desconfiado que extremista palestino cruza de mineiro com japonês. Caí!

Como se não bastasse, ainda induzi não uma, mas mais sete ou oito pessoas a caírem nessa brincadeira. De mau-gosto.

Festa havia, que fique claro. Mas não era nem de longe o tipo de festa onde iriam pessoas que gostariam de ver o mini-kiss. Eu estava ali com o público que gosta de róque e gostaria de ver o show anunciado. Parece brincadeira, vivo chamando gente para ir aos lugares e quando junto uma galera assim é para isso... Murphy é meu pastor e tudo vai dar errado.

Ao nos afastarmos para partir, o samba-rock que tocava lá dentro parecia rir da minha cara: "falador passa mal, rapaz! Falador passa mal!".

Só para salvar a noite, fomos todos à Fun House. Bebidas, idéias e rock. Ufa!

Mas o estranho é que minhas lembranças da Fun House estão meio nebulosas... Será que colocaram algo na minha bebida? Ah, como eu queria!

Lembro de flashes: eu conversando com a Sil (uma das mais desoladas por culpa do não-show), conversando com o Pinda, com o Fernando. Lembro da Cris me chamando pra pista e eu dizendo que só iria quando eu gostasse realmente da música. Lembro de ter estado na pista, lembro da bêbada da pista, eheheh. Lembro de filas divertidas para se entrar no banheiro e lembro sobretudo de sair de lá da Fun quando já era dia. Eu, a Cris e mais um maluco que ela conhecera lá.

Estava escrito: iríamos ao Susi. Não sei se o Deni já tinha ido lá, mas acho que ele curtiu bastante o lugar e o som eletrônico de qualidade que tocam por lá.

No Susi, o cabecinha era o mais engraçado. Chegava e dizia na maior pompa: "Por quê estás tão ressabiado, ó meu rapaz?". Ele e a Aurita representaram e apresentaram. Ótemos!

A Cris foi embora cedo e eu, à tarde, já não agüentava muito ficar lá dentro.

Avisei só o Deni que eu estava saindo fora. Se eu aviso mais gente ia rolar aquela pressão "fica mais um pouquinho - bebe mais uma - tó uma bala..." Naquela tarde o naipe da galera estava mais ou menos assim.

Então saímos eu e o Deni para a luz do dia e paramos no boteco do lado da igreja para aquela saideira antes do sono dos justos. Ele acabou dando um tempo em casa pois não queria chegar na casa dele com aquela cara de doidão.

Tá certo! Eu mesmo não tenho espelho na minha casa até hoje só para não ver minha cara ao chegar dessas noites que se transformam em dias hardcore.

Arrumei uns cobertores para ele se jogar e me joguei dentro da minha barraca. Com minha máquina fotográfica. E nem é tanto pelo carinho que tenho por ela e sim por saber que dificilmente alguém consegue me acordar depois que eu durmo em estados semelhantes ao que eu me encontrava.

E assim foi. Quando acordei à noite encontrei um bilhete de agradecimento pela hospitalidade. Legal! Só que na hora eu só pensei: "Aaaah, que puta ressaca!".

Sorvei duas talagadas de água mineral e voltei à minha toca só acordando à meia-noite com o toque do telefone e logo depois com o toc-toc na minha porta.

A nega e a Maura tinham vindo me buscar para a festa, conforme combinado. Reclamei que tinha sono e dor de cabeça, mas a nega tratou de me despertar engatando conversa animada como só ela sabe fazer.

Conforme combinado (eu combino tudo com todo mundo que entra em contato) chegou a galera de Santos na seqüência. O Batata e o Kleber ficaram no boteco lá embaixo e subiram a Paula, a amiga dela, o gordinho e a Carmô.

Logo depois descemos para uma pequena concentração no boteco. Eu bebi uma água com gás. A cerveja ainda não descia e cada cigarro que eu acendia me dava mais vontade de vomitar. Nesse momento decidi ficar ao menos duas horas sem cigarro e a noite inteira sem drogas ingeríveis (além do álcool).

Assim foi feito. Depois do nosso comboio (guiado pela nega e eu de co-piloto) ter feito uma gambiarra através de um posto de gasolina e entrado em duas vias contra-mão, enfim chegamos ao Largo São Francisco, onde rolava mais uma festa do núcleo Loucos Por Festinha - Agitos Em Geral.

Sem maiores comentários para a festa. Ainda não conheci um ser que não tivesse curtido qualquer das edições da festa.

Depois de umas três horas minha dor de cabeça havia sumido por completo e eu fiquei alegre e contente sem necessidade de maiores aditivos. Quer dizer, mais ou menos na hora em que estava amanhecendo fui ao banheiro e encontrei um amigo. Questionei se ele sabia de alguém que possuísse um charlie para negócio. Na mesma hora um amigo dele saía do reservado e foi solicitado para que me cedesse pequena quantidade da substância. Que rápido! Que bom se fosse sempre fácil assim. Pensando bem, acho que não.

Ainda recebi mais ofertas e também adquiri para contribuir. Mas a noite foi bem proveitosa em outros campos também. Aliás, muito proveitosa.

Já ia esquecer de comentar a melhor cena da noite: Estávamos conversando do lado da mesa de sinuca e a nega disse pro Kleber que era para ele avisar quando fosse dar uma tacada próximo a nós, para que ela se posicionasse de modo que a parte de trás do taco encaixasse nela. E assim foi feito. Vi as meninas underground-cheias-de-atitude com caras de indignadas. Assim como uns marmanjos também. Ri a valer! Olha a nega, apavorando o porão!

Acho que a festa acabou realmente às onze da manhã, quando fomos a um chill out natimorto no terraço da casa dos estudantes. Só ficamos conversando no terraço e depois na casa do Mochs. Umas duas da tarde fomos embora. O pessoal foi ao Empanadas e depois esticaria até o Rose Bombom. Mesmo tendo recebido três ligações (e olhe que eu sou bem persuasível nessas situações), sabendo que as entradas seriam "di grátis" e que existiriam aditivos para animar a festa, eu declinei. Não agüentava, até febril eu me sentia. Deitei no chão da minha casa, em cima dos cobertores. Levantei à noite, para aquele gole d'água e me joguei dentro da barraca. Acordei com o temporal. Dormi. Acordei de novo e saí da barraca para ver se a chuva passara. Voltei à toca e dormi até a hora do trabalho.

Trabalhei febril. Foi um dia péssimo. Só um pouquinho pior que toda segunda-feira, quando chego mal-humorado e com capacidade zero de produzir.

Na terça eu estava melhor e quarta fui dormir na casa da nega. Poucas cervejas e muitas risadas. Isso é muito bom.

Quinta-feira, na aula, consegui finalmente fazer a bendita foto do sabonete líquido. Foram necessárias quatro aulas para que eu fizesse UMA imagem. Ainda assim não fiquei satisfeito com o resultado. Ao menos aprendi o caminho das pedras. Depois da aula, cervejinha com a Áurea e o Fernando e depois, Soninho.

Sexta-feira fiquei o máximo do emputecido no trabalho: Justamente no final do expediente, cheio de coisas importantes a enviar e o computador resolve dar pau. Assim, perdi minhas caronas para minha cidade e tive que voltar gastando dinheiro e duas horas a mais. Na verdade, ao sair do trabalho eu já estava conformado. A odisséia é sempre divertida.

A boa da noite seria a comemoração do aniversário do meu irmão e do Ksei. Só que a chuva torrencial não deixou as pessoas subirem até o morro da asa-delta, onde era para ser a bebemoração.

Eu, meu irmão e o gordinho ainda subimos. O Binho nos acompanhou em outro carro com a Renata.

A subida do morro é íngreme, e com aquela água toda descendo parecia que subíamos uma corredeira. Praticamente um rafting-subida-motorizado.

Na frente do bar outro carro parado: era o Darius, o Ksei e mais alguém que não saiu do carro.

Já sabíamos que as pessoas não iriam, mas fomos dar uma satisfação ao dono do bar, que o abriu só para a cervejada. Bebemos uma olhando a paisagem bonitona, um pouco prejudicada pelas nuvens que passavam e cobriam a cidade.

Descemos o morro e fomos ao Vitchola beber umas. Meu estômago vazio fez eu ficar bêbado muito rápido. Ainda fomos até o apê da Alê antes que eu partisse para casa meio cambaleante.

No outro dia fiquei enrolando entre computador e televisão e à noite, quando eu estava passando as fotos da última festa para a Internet, dois sujeitos me apressavam para que partíssemos logo para nosso destino: Festa de criança e Circuito.

Então chegaram os tios na festa da Luana. Os tios mais doidos ainda estavam sóbrios. Quase todo mundo da velha turma do meu irmão tem filhos e no final até rolou uma foto de família: a turma e a nova geração.

Saímos meio que à francesa para evitar o "maisjá-ficamaisumpouco-bebemaisuma". Então subimos a serra eu, meu irmão, Alexandre e Gordinho.

Antes da circuito passamos na casa do Mochs, onde ele e o Sono revezavam o comando de dois CDJs. Bebemos catuaba, vodca e energéticos e eu ainda troquei dois disquinhos pra não perder o gostinho.

Na entrada dropei uma tchuca e matei a vodca com energético. Entramos bem na hora que começava o DJ Assault. Curti muito o set e a bala, que bateu muito bem. Ajudou. Eu, conforme havia prometido pra mim mesmo não enchi tanto a cara de cachaça, aproveitando melhor a viagem. Muito álcool: às vezes é bom, às vezes é ruim.

O set breakbeat do Camilo Rocha acho que foi o que mais fez o povo viajar. Só as versões deliciosas de "New Sensation" e "Crosstown traffic" já são orgásticas o suficiente para um set só. E falando nisso, parece que um santo taradão desceu no Alexandre. O rapaz chegava nas meninas de modo pouco apropriado para o tipo de local e meninas. Em certa hora que ele chegava lânguido para falar no ouvidinho de uma amiga, chamei-o para pegarmos uma cerveja lá no balcão. Outra hora, antes da abordagem a outra amiga, chamei-o e apresentei um tecodequeta para ele. Foi o suficiente para deixá-lo em marcha lenta por uns quinze minutos. Depois ele voltou à carga e eu fui curtir a minha viagem porque não sou babá de marmanjo e nem de marmanjas. Na verdade acho que ele tem um pouco de razão: elas gostam, ehehhe!

Saímos no meio do set do Jerome Hill e bebemos mais umas cervejas no boteco do lado da igreja.

Quando os meninos foram embora, fui até o Susi in Transe. Já estava meio vazio o after que chegava ao fim, mas ainda encontrei algumas figuras conhecidas. Estavam lá o Chinellato e a Kati. Também estava um camarada gordão que eu conheço desde o Susi antigo mas não sei o nome dele até hoje. Estava ele e mais um amigo dele, o Edi, biba figuríssima.

Quase acabando, nas últimas músicas, eu e o gordão corríamos até a frente da pista ameaçando dar piruetas. Na última corrida ainda mandei duas estrelas para não ficar só na ameaça.

Ao acabar o after-hours, fomos eu, o Edi e o gordão até o boteco ao lado da igreja. Esse boteco virou meu point inter-baladas e a cada hora apareço por lá com diferentes freaks.

Bebemos algumas e saímos à caça da balada perdida. Chegamos aos jardins porque tínhamos esperanças de haver um movimento no empanadas, mas qual! O local estava fechado e parecia que continuaria daquele jeito por umas horas. Decidimos dar uma volta antes de voltarmos ao empanadas e nos certificarmos de que permaneceria mesmo fechado. Descemos até o Amarelinho mas demos meia-volta: queríamos barulho, queríamos confusão.

Sem esperanças voltamos à região central e eis que alguém tem a brilhante idéia: vamos entrar no Freedom.

E lá fui eu para a matinée mais bagaceira do mundo. Quando a gente acha que já foi ao fundo do poço, vemos que lá havia um alçapão.

A Freedom é uma buáti guei na esquina da Vieira de Carvalho (onde mais?) com a Vitória, em frente ao Largo do Arouche (onde mais?). Na porta, um travesti feio e mal-humorado fazia as vezes de hostess. Furamos a fila na maior cara de pau e pedimos desconto pro tio-tia da porta. Três reais de entrada tá de bom tamanho. Lá dentro, mini-bibas e mini-lesbians dividiam espaço com cybermanos e cyberminas. Na hora que tocou "smack my bitch up" a molecada começou a se bater numa roda pós-punk. Eu e o gordão entramos na roda e curiosamente ninguém relou na gente. Nele por ser gigante e em mim pela cara de insano que eu apresentava. Acho.

Paguei meu cartão, que marcava apenas a entrada e mais duas cervejas. Antes de sair disse que só iria em casa pegar mais dinheiro para beber e voltaria logo. Chegando em casa deitei no chão e dormi bem.

Sobre a semana de trabalho: Não sei se a semana foi comum demais ou muito boa. Só sei que não lembro do que aconteceu.

Voltando pro (ou adiantando até o) fim de semana, nem saí na sexta. Fiquei arrumando fotos no computador e publicando na Internet até uma ou duas da manhã.

Sábado à tarde fui passear sozinho no shopping. Não gosto de shoppings. Sempre que vou a um lembro de Sócrates. Lembro de ouvir dizer que ele andava pelos mercados de Atenas só para ver tudo o que ofereciam e que ele de modo algum precisava. Mas fui porque queria comprar algo para meu irmão. No meu núcleo familiar ainda é tradição dar presente nos aniversários e no natal. Normalmente eu dou lembrancinhas mais legaizinhas no natal porque eu não tenho pena do 13º. É pra gastar mesmo.

Depois do xópis fui à casa da minha irmã filar um café e papear. Estávamos lá eu, minha irmã, meu cunhado, minha mãe e meu pai conversando animadamente quando de repente a conversa tomou rumos surreais. Cada um falava uma coisa e a encaixava nos temas principais ao invés de entabular uma conversa normal em que o tema principal vai se ramificando em sub temas.

Demos muitas risadas com as confusões e eu me perguntei se eu estaria transmitindo loucura aos meus entes queridos ou se minha irmã colocara algo no café.

De lá fui caminhando até em casa com meus velhos e saí para a festa. Passei no mercadinho e fui carregando uma caixinha de cerveja. Ao descer do ônibus, lá no canal 1, avistei o Medonho do outro lado. Fui andando até ele para cumprimentá-lo e ele apontou quem vinha lá do outro lado do canal, de onde eu vim: a Rosinha! E barriguda já. O pior é que estávamos no mesmo ônibus e não nos vimos.

Fomos os três caminhando até a festa. O motivo da cervejada era a despedida da Carmô, que quatro dias depois partiu para morar na Inglaterra. E essa cervejada foi na casa da Verena, uma ex-namorada minha que hoje é mãe e esposa devotada e continua linda e alto-astral. E essa fofura toda de minha parte para com todos já está me enjoando.

Bom, a festa estava ótima. Cheia de amigos, e eu saí de lá umas três ou quatro da manhã com a última leva de amigos e sob chuva torrencial. Paramos no Anhembi - bar trevas - e lógico que eu comprei um charlinho. Estávamos em quatro que eu chamei para mandarmos no banheiro feminino do quiosque. Ainda bebemos algumas no Anhembi mas resolvemos sair das trevas. Acho que a Maria que deu a idéia de irmos ao Tex Point, posto e loja de conveniência do canal 3. Programa mais caipira não há, mas tudo vale a pena quando há cerveja e boa companhia.

Havia uma molecada no posto e um carequinha de boné acho que não foi com a minha cara, pois uma hora eu olhei para ele e ele estava me olhando com cara de mau. Ignorei e continuei meu papo com as meninas e o maluco que estava com a gente. Apareceu um amigo do maluco e ficamos os cinco conversando. Olho de novo para o lado e lá estava o carequinha me olhando feio. Retribuí o feio olhar, o mundo animal tem dessas coisas.

Depois entrei na loja de conveniência para pegar mais cervejas passando ao lado da turma do carequinha, porque quando estou bêbado eu sou folgado e por isso posso apanhar que nem criança uma hora dessas.

Peguei as cervejas e quando voltei, os caras que estavam com a gente disseram que o carequinha chegou e falou que batia nele e no amigo dele. Meio que assim, do nada. E depois sumiu no mundo. Eu disse que "esse leucemia precisa estar trepado para querer bater na gente". Na verdade os malucos também estavam cagando bolinhas para o leucemia. Bebemos nossas cervejas, conversamos mais e fomos pra casa. Ou melhor, acho que todo mundo foi menos eu. Ainda fui fazer minha última presença no Beer Rock. Este sim, o bar mais trevas.

A menina do balcão, podre de bêbada, deu risada ao me ver chegando de manhã e ignorando a frente do bar tomada de água até o tornozelo. Cheguei e pedi uma cerveja.

Comprei mais um charlinho, encontrei um casal de conhecidos e fiquei nessa psicose mais um tempinho.

Cheguei em casa noiado mas dormi logo. E dormi até a noitinha. Acordei por umas três horas para capotar de novo e só acordar na madrugada de segunda para ir trabalhar direto.

A semana útil foi curta e eu, inútil, resolvi jaquear já na terça. Ao voltar da aula liguei para a Cris e combinamos uma cerveja no boteco da igreja. Bebemos sozinhos quase uma garrafa cada um. Sozinhos mesmo. Eu em um boteco e ela no segundo boteco vizinho. E nem nos vimos por um tempão até que ela ligou e nos juntamos na mesma mesa. A Cris propôs uma baladinha leve mas eu disse que só beberia algumas e voltaria pra casa para não dormir tão tarde.

Bem, só que depois eu liguei para a Áurea e o Fernando, que estavam vindo para perto da minha casa. Ainda estavam junto do Tico. Equipe formadíssima, fomos parar na casa do Tico, de onde eu fui direto para o trabalho. É claro que eu já fui piolho de cobra e levei roupa social na mochila.

Até que trabalhei bem contando-se tudo o que eu havia feito até então. À noite voltei de carona, dando risada com os doidos que trabalham comigo. Os caras passaram quase duas horas se xingando. Paramos em dois botecos e ainda dei uns pegas em um beckzinho antes de ser deixado em casa. Hora de descanso.

Quinta à tarde fui à festa da filha do Alê (Alê é o caralho!), o tarado da Circuito. Muitos amigos e muita cerveja. Tanta cerveja que até deu apagão na mente. Depois que anoiteceu fomos à casa do Babbah para um chill out completo: som, cerveja, cannabis, charlie e até limontchello que eu bebi pra caralho. Trata-se de uma bebida italiana feita com álcool 90º curtido com limão e açúcar. Dilíça.

De acordo com informações posteriores fornecidas pelo gordinho ao meu irmão, nós saímos da casa do Babbah e fomos até a minha casa porque eu precisava pegar minha carteira. Os meninos ficaram no carro, colocaram um ghettotech no último volume e puseram-se a dançar na rua chamando a atenção das meninas que estavam na calçada do prédio em frente. Então apareço eu pedindo para abaixar o som, jurando que já era tarde. Entramos no carro e assim que eu me acomodei no banco da frente, gritei: "essa música é do caralhooo!", aumentando o volume no talo e saindo pra dançar na rua. Depois passamos na casa do Alexandre que estava na calçada com a mão cheia de brigadeiros. Ele nos contou que a polícia passou, parou e perguntou o que ele fazia ali. Ao que este respondeu: comendo brigadeiros.

E aqui acabam as anotações. Assim mesmo, cortadas do nada. Como uma vida que acaba inesperadamente.

A propósito, encontrei as lentes de contato uns dias atrás, meses depois de tê-las perdido.



Ouvindo:

Transpiração - Alzíra Espíndola / Itamar Assumpção

A inspiração vem de onde
Pergunta pra mim alguém
Respondo talvez de longe
De avião, barco ou bonde
Vem com meu bem de Belém

Vem com você nesse trem
Nas entrelinhas de um livro
Da morte de um ser vivo
Das veias de um coração
Vem de um gesto preciso
Vem de um amor, vem do riso
Vem por alguma razão

Vem pelo sim, pelo não
Vem pelo mar gaivota
Vem pelos bichos da mata
Vem lá do céu, vem do chão
Vem da medida exata
Vem dentro da tua carta
Vem do Azerbaijão

Vem pela transpiração
A inspiração vem de onde, de onde
A inspiração vem de onde, de onde

Vem da tristeza, alegria
Do canto da cotovia
Vem do luar do sertão
Vem de uma noite fria
Vem olha só quem diria
Vem pelo raio e trovão

No beijo dessa paixão
A inspiração vem de onde, de onde
De onde
A inspiração vem de onde, de onde



   sexta-feira, março 10, 2006
E não é que terminei a peregrinação? Cheguei ontem na foz do Velho Chico! Agora já estou gozando em outro lugar no nordeste e logo logo estou de volta. Mais uma vez vocês agüentarão a redação "minhas férias".

Acho que mês que vem começo a publicar.

E ainda tenho um resto de férias! Eeeeeeeeeeeeba!!!



   sexta-feira, março 03, 2006
Axoxique

...estar em Xique Xique.

Cá estou eu em um cyber café no interior da Bahia. Ontem eu estava rindo sozinho em Bom Jesus da Lapa ouvindo os meninos no cyber falando (gritando) um com o outro em seus computadores o que rolava no Cóunter Istráique. Aqui em Xique Xique está parecido, engraçada linguagem computadorística com sotaque. Mas como não tirei férias para ficar enfurnado em cybers, vou depressa beber uma cerveja.



   quarta-feira, março 01, 2006
"Olha as carrancas
do rio São Francisco
rema rema remador
primavera vem chegando
inspirando amor
o rio toma forma de sambista
como o artista imaginou"

Ontem me joguei no rafting. Achei que seria molezinha, mas não.

Rápido foi - apenas uns dez minutos - mas a hora da corredeira foi punk! Quase tomei uma "botezada" no focinho. Vai subestimando, vai fio!



   quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Antes de publicar algo novo, fui dar uma olhadinha nas estatísticas do blog: Nove visitas hoje, média semanal de quatro visitas. É bom, com pouca gente eu fico com menos vergonha de escrever besteiras. E segue a avalanche!

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Hoje o seu Rachid quase me deu um golpe de cimitarra quando fui comprar um chocolate na vendinha dele.

Só porque eu pedi um charge?!

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Bush no Iraque
Solta traque
Motivo de araque

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E a música do Chico?

Era pra fazer a versão inteira, mas eu tenho preguiça de parar, pensar e utilizar minhas refinadas técnicas de pesquisa. Então vai só um torresminho - ops! - Pedacinho de:

Feijoada Kosher

Esther
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra ler o Torá
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada pro Abraão
E vamos botar água no feijão

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A Papapapaulinha estava falando da amiga inglesa dela que largou o emprego de aeromoça, decidiu tirar um ano de férias com o dinheiro e se pôs a correr mundo conhecendo vários lugares legais. E eu pensei: se eu largo o meu emprego eu posso ficar um ano fazendo a rota Cuba - Peru: Cubatão - Peruíbe, Peruíbe - Cubatão...

Phyno!


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Agora um tonxgue twixter:

Mixo michê
me xoxa
e me chama
de macho
mixórdia

(droga que já vem malhada antes de eu nascer)

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E no meio de tanta polêmica, mais uma charge:



Esse novo é maoménos

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E pra não dizer que eu só tombei duas religiões, eu digo que católico é tudo bundão.
... E macumbeiro é bicha, budista é viciado e hinduísta é xarope. E antes que eu me esqueça, agnósticos não passam de almofadinhas metidos!

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Para terminar, uma palavra do nosso garoto-propaganda, o Mussum-mano:



É nóisis manus! Eu queria era um chargis recheadis com mé!

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Alguém aí!!! Mande vir o caminhão do Ceasa pra buscar o carregamento de abobrinhas!



   quarta-feira, janeiro 18, 2006
Tenho que deixar de preguiça e voltar a postar aqui. Mas janeiro é foda: depois de festas e encontros de dezembro, parece que todo mundo acostuma às saídas para cervejinhas de leve nos dias de semana. Ah, depois do carnaval eu volto.

A propósito, a figura aí em cima é o Adoniran Barbosa. Tenho uma foto dessas na minha mesa de trabalho para combinar com meu estado lá.



   terça-feira, janeiro 10, 2006
Dentre as burradas de 2005, posso citar a troca de amálgamas dos dentes por branquinhos. Essa bosta está sensível até agora!

Mas o pior é emprestar seu nome santo para um financiamento. Acabei pagando prestações de outrem. Mas agora está tudo como dantes no quartel de Abrantes. Depois de muito stress, mas está bem sim.

Na época em que eu surtava escrevi isso aí embaixo:

(data: deve ser em outubro)

O cheiro do pastel de 70 centavos da lanchonete em frente ao minhocão me deixou com água na boca. Acho que só aconteceu porque eu não tinha um centavo no bolso.

Ao chegar em casa ainda sou contemplado com duas contas. Engulo uma pílula de alho, resignado. Mas agradeço por ter contra-vales do Esfiha Chic que me salvarão na noite de hoje.

Vim durante todo o percurso do ônibus com raiva dessa situação. De ter pedido 25 cents à minha colega de trabalho para pegar o ônibus "porque estava com preguiça de ir ao banco". Bem, na verdade devem sobrar ao todo 20 reais de todo o meu limite, mas vou precisar desse dinheiro até sexta, dia do pagamento. Então deixo para sacar amanhã, depois de devidamente paga minha conta de luz. Aí é que sobrarão esses vinte e eu posso refazer minhas contas: dois, quatro, seis para a condução e o que sobrar é para fazer um malabarismo e se alimentar da melhor maneira possível. Na verdade eu tenho amigos próximos a quem recorrer nessas horas difíceis, mas o que acontece é que eu acho um puta tesão quando saio desses perrengues com o mínimo de ajuda possível.

Orgulho besta, diriam alguns, mas eu realmente prezo essa minha característica. Mas há uma outra característica que eu detesto e vim remoendo pelo caminho: é a burrice. Hoje tenho meu nome em três apartamentos alugados e em um financiamento de carro. As duas pessoas que tem meu nome juntooo no aluguel, ao que parece, estão cumprindo com suas obrigações. Mas as prestações do carro estão atrasadas.

Logo que cheguei de férias recebi a notícia. Me irritou tanto o gerundismo da atendente quanto a notícia em si: Meu prezado nome em risco de ir parar no SPC, Serasa e essas desgraças de consumistas que não tem merda no cu pra cagar e se metem a querer o que ainda não tem plenas condições de ter.

Há toda uma estória triste por trás do não-pagamento das prestações, mas triste mesmo fico eu por adquirir problemas de terceiros.

Após dar leve esporro na (ir)responsável pela conta, fiquei de pagar a prestação mais atrasada e assim foi feito. Estou certo de que meu reembolso virá no dia combinado, mas eu ainda tenho a minha vida, minhas contas e minhas necessidades.

E eu, que vivo em condições precárias por opção, por não abrir mão de diversão e de estar livre de contass, me encontro em tal situação.

Tenho um computador mas ainda não acesso a internet. Não tenho dinheiro para ir ao cyber podre. À Paulista vou a pé. Conto contra-vales para comer. Desse uísque na minha frente um gole eu dei, e nem de uísque eu gosto...

Minha vida, minha casa está uma bagunça, tem sujeira pelos cantos. Vou arrumá-la. É o melhor jeito de começar.



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