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   sexta-feira, março 31, 2006
Edinaldo Gardenaldo na revista eletrônica

Minhas fotos estão no MidiAtiva.

Visitem!



   quinta-feira, março 23, 2006
No balcão à minha frente uma garrafa, um copo e um cinzeiro cheio de bitucas. Atrás de mim, vários idiotas e suas fantasias, que eu vejo pelo reflexo da vitrine de sucos e refrigerantes. A porta do bar é refletida pelas bebidas de guaraná com ginseng. Lá fora passam carros, ônibus e idiotas, idiotas, idiotas.

De vários estilos, como as embalagens de sucos e refrigerantes. Muitos de preto, como o guaraná com ginseng. Muitos de outras cores como a tônica Schweppes, como o Matte Leão ou como o suco Del Valle. Todos à venda.

Quando a segunda cerveja é aberta a minha dor de estômago melhora. Só as pessoas não melhoram: o negão pensa que é Jimi Hendrix, o moleque ao meu lado pensa que é Alain Delon, a menina pensa que é Ziggy Stardust, o garçon pensa que é esperto e eu penso que sou Bukowski.



   quarta-feira, março 15, 2006
Relato maçante retirado de anotações de uns cinco fins de semana há mais ou menos um ano.

Sinceramente? Eu não leria.

Ah, mas tem mini kiss!


Quinta-feira, véspera de feriado. Resolvi ficar por aqui. Fui até a casa da Dani e do Fernando, onde ficamos bebendo e conversando até umas duas da manhã. Ao ver que não nos decidíamos por nenhuma balada de verdade, a Dani resolveu que estava com sono. Então fomos eu e o Fernando beber algumas saideiras no boteco mais próximo. Nesse caso, o Ibotirama. Tá, tá: O Charm é mais próximo, mas o viado do garçon não quis nos servir. Ê boteco que fecha cedo...

Ainda encontramos o Maurício e mais um camarada dele. Quatro dimônios, quatro "charleiros do apocalísps".

Lá pras três e poucos nos separamos, cada um pro seu lado. Eu, indo pra casa, olhei o relógio marcando as quatro e pensei: indo pra casa a essa hora? Amanhã eu não trabalho! Vou beber uma cervejinha ali no Susi. Se eu encontrar alguém, troco uma idéia rápida e volto logo pra casa.

Chegando no Susi, o espanto: casa cheia, gente bonita, mulherada dançando o mash up e vários conhecidos. Difícil de acreditar, nem meus olhos acreditaram, mas o fato é que eu só saí de lá depois das nove da manhã. À francesa.

Á noite, já em Santos, encontrei a Carmô em frente ao mercado para comprarmos umas cervejas e irmos a um esquenta que rolaria na casa do Batata. Espera: eu disse esquenta? Esquece.

Ao chegarmos lá encontramos os meninos já turbinadinhos, com um mixer e dois CD players simples mas limpinhos.

Menos de uma hora depois e o gordinho nos chama as atenção para a janela, para a seguinte cena surreal: Um caminhão desses tipo bye bye Brasil atolado na beira d'água em frente ao canal 6.

Agora eu realmente precisava passar em casa e pegar minha máquina fotográfica. Bem, na verdade esse negócio de ir pegar a câmera era mais uma nóia disfarçada para eu ir buscar mais cervejas e outras coisas legais que eu possuía na ocasião.

E lá fomos eu, Tutu e Carmô, agentes dessa missão ultra-secreta. Acho que a Carmô se emocionou, porque se embucetou linda na escadaria do meu prédio. Torceu o pé, mas ainda podia caminhar.

Chegando lá, fiz a divisão de duas pizzas e comi metade de uma. Ou mais, contando que três ficaram com um quarto cada e a Carmô com outra metade. Ah, sei lá... Sei que também dividi o conteúdo de uma cápsula de pó de pirlimpimpim que eu tinha.

Minutos depois começou a chegar mais gente, e mais gente, e mais gente... Na hora que o apartamento estava cheio eu disse pra alguém: vishpenseiqueissonãoiabatermasbateulindo!

Eu não conhecia a maioria da galera que estava lá, mas ainda bem que era tudo gente boa, assim não corri o risco de ter uma bad trip. Aliás só foram viagens engraçadas, as quais eu dividia com os menos loucos: a cozinha que virou um vagão de metrô (luz fluorescente + barulho do ventilador de teto + porta de correr que abria e fechava toda vez que alguém ia ou voltava da sala) e as sacolas cheias no banheiro, que pareciam faces de mulheres fofocando (e que eu inclusive fotografei) são exemplos das mais engraçadas. Também houve as viagens que eu não dividi, como o brilho dos olhos das pessoas que eu via multiplicado (em número, não em intensidade).

Às sete da manhã um puta arco-íris apareceu no mar, bem em frente à janela, enquanto um navio passava. E o caminhão ali, afundando na beira d'água em frente ao canal 6. Por mais insólita que seja essa cena, ela não era viagem da minha cabeça.

Meu irmão ainda deu uma carona para a Carmô, que apesar do pé torcido ainda conseguia rir, sob efeito. Nosso anteriormente combinado passeio à Prainha Branca estava automaticamente abortado.

Acordei à tarde, cheio de sensibilidade ainda, mas demorei um pouquinho pra notar. Eu não tinha fome, estava mais com sede. E foi bebericando água, suco e vitamina pronta que eu assisti a metade final do filme "A paixão de Cristo". Já havia assistido a carnificina no cinema. Ao terminar fiquei feliz de saber que passaria "Encontro marcado". Eu nunca tinha visto esse filme desde o começo e sim, queria vê-lo só pela cena do duplo atropelamento.

Acho o filme muito bom, mas a certa hora eu estava achando o ritmo meio devagar, pilhado que eu estava. Fraqueza, enjôo, fome e medo de não saber mais respirar se pronunciavam. Ou seja: nóia.

Levantei pra preparar meio pão com manteiga e queijo. Eu precisava citar esse meio pão com manteiga e queijo porque ele foi preparado com tal cuidado, atenção e prazer que não existe no dia a dia, quando não presto atenção em quase nada além da minha pressa.

A iguaria foi degustada com igual prazer enquanto eu via o filme. Ainda fui mais uma vez à cozinha para experimentar a mesma sensação. Praticamente uma ioga do pão com manteiga e queijo.

Na seqüência ainda passou "Cidade dos Sonhos", que eu sempre quis assistir. Nem liguei de vê-lo dublado. Gostei e não compreendo como alguém diz que não compreendeu. Oras, pela minha compreensão esse filme não é pra ser compreendido como um filme comum. Compreende?

Não é uma estória linear, é como um sonho. São várias mensagens em um sonho compartilhado. Ou não. Ou eu ainda estava viajando.

Quando finalmente resolvi sair já era mais de uma da manhã. Procurei minhas lentes de contato sem sucesso. Se não estavam na caixinha só podem ter ido parar no limbo das lentes, onde devo tê-las largado após a noite lisérgica.

Contrariado, saí de óculos. Óculos elevam minha cara de bundão à enésima potência. Mas foi assim mesmo que cheguei ao Retrô, onde acontecia a primeira noite do projeto Butleg. Eletroniquices rebolantes: house, electro, breakbeat de primeira. Pena que não tinha muita gente, porque o som estava bem legal. Logo na entrada encontrei a Miss Pop e fiquei conversando enquanto esperava minha caipirinha. Depois subimos e ficamos com o casal Popscene, a Fabi e mais um amigo dela. Também encontrei um camarada que à primeira vista não lembrei, mas acho que o conheço da Popscene.

Fiquei lá até o final, até o chill out da rodoviária e do terminal do Valongo. Eu pensava em uma última cerveja (primeira, eu só havia bebido caipirinhas) nos botecos trevas onde costumo acabar as noites quando estou em Santos. Mas para minha sorte, enquanto conversávamos chegou o ônibus que vai direto para casa. Adentrei o coletivo e desisti da idéia de rato.

Domingo de Páscoa ensoladado e eu, ao invés de um bronzeado, fiquei cultivando uma palidez em frente ao computador. Acabei ficando com preguiça de voltar pra São Paulo à noite. Resolvi voltar às cinco da manhã, quando meu velho, solícito, me acorda e me leva para o ponto final / inicial dos ônibus. Preciso deixar de ser folgado.

Meus dias de semana tem uma rotina bem semelhante, com dias de trabalho iguais e noites mais ou menos previsíveis:

Segunda - zumbi em recuperação
Terça - aula
Quarta - cinema ou cerveja com amigos
Quinta - aula

Essa semana fiz um mega-faxinão na segunda e na quarta bebi umas cervejas com a Ma no boteco do lado da igreja. Bebendo e fuçando livros.

Terça e quinta tenho aula. Para mim é uma terapia, o que me faz pensar que se eu trabalhasse com fotografia, minha terapia seria visitar um escritório asséptico e sem-graça.

E assim chegou outra sexta-feira. Eu estava empolgado e havia convidado amigos através de blog e orkut para o show do mini-kiss, mas ao chegarmos no local... fué fué fué fuééééééé!... Não havia porra nenhuma de anões tocando! O flyer era tão lenda quanto enterro de anão! E eu caí nessa pegadinha de primeiro de abril. Caí como um patinho-anão! E eu, que não sou nenhum cabaço. Eu, que sou mais desconfiado que extremista palestino cruza de mineiro com japonês. Caí!

Como se não bastasse, ainda induzi não uma, mas mais sete ou oito pessoas a caírem nessa brincadeira. De mau-gosto.

Festa havia, que fique claro. Mas não era nem de longe o tipo de festa onde iriam pessoas que gostariam de ver o mini-kiss. Eu estava ali com o público que gosta de róque e gostaria de ver o show anunciado. Parece brincadeira, vivo chamando gente para ir aos lugares e quando junto uma galera assim é para isso... Murphy é meu pastor e tudo vai dar errado.

Ao nos afastarmos para partir, o samba-rock que tocava lá dentro parecia rir da minha cara: "falador passa mal, rapaz! Falador passa mal!".

Só para salvar a noite, fomos todos à Fun House. Bebidas, idéias e rock. Ufa!

Mas o estranho é que minhas lembranças da Fun House estão meio nebulosas... Será que colocaram algo na minha bebida? Ah, como eu queria!

Lembro de flashes: eu conversando com a Sil (uma das mais desoladas por culpa do não-show), conversando com o Pinda, com o Fernando. Lembro da Cris me chamando pra pista e eu dizendo que só iria quando eu gostasse realmente da música. Lembro de ter estado na pista, lembro da bêbada da pista, eheheh. Lembro de filas divertidas para se entrar no banheiro e lembro sobretudo de sair de lá da Fun quando já era dia. Eu, a Cris e mais um maluco que ela conhecera lá.

Estava escrito: iríamos ao Susi. Não sei se o Deni já tinha ido lá, mas acho que ele curtiu bastante o lugar e o som eletrônico de qualidade que tocam por lá.

No Susi, o cabecinha era o mais engraçado. Chegava e dizia na maior pompa: "Por quê estás tão ressabiado, ó meu rapaz?". Ele e a Aurita representaram e apresentaram. Ótemos!

A Cris foi embora cedo e eu, à tarde, já não agüentava muito ficar lá dentro.

Avisei só o Deni que eu estava saindo fora. Se eu aviso mais gente ia rolar aquela pressão "fica mais um pouquinho - bebe mais uma - tó uma bala..." Naquela tarde o naipe da galera estava mais ou menos assim.

Então saímos eu e o Deni para a luz do dia e paramos no boteco do lado da igreja para aquela saideira antes do sono dos justos. Ele acabou dando um tempo em casa pois não queria chegar na casa dele com aquela cara de doidão.

Tá certo! Eu mesmo não tenho espelho na minha casa até hoje só para não ver minha cara ao chegar dessas noites que se transformam em dias hardcore.

Arrumei uns cobertores para ele se jogar e me joguei dentro da minha barraca. Com minha máquina fotográfica. E nem é tanto pelo carinho que tenho por ela e sim por saber que dificilmente alguém consegue me acordar depois que eu durmo em estados semelhantes ao que eu me encontrava.

E assim foi. Quando acordei à noite encontrei um bilhete de agradecimento pela hospitalidade. Legal! Só que na hora eu só pensei: "Aaaah, que puta ressaca!".

Sorvei duas talagadas de água mineral e voltei à minha toca só acordando à meia-noite com o toque do telefone e logo depois com o toc-toc na minha porta.

A nega e a Maura tinham vindo me buscar para a festa, conforme combinado. Reclamei que tinha sono e dor de cabeça, mas a nega tratou de me despertar engatando conversa animada como só ela sabe fazer.

Conforme combinado (eu combino tudo com todo mundo que entra em contato) chegou a galera de Santos na seqüência. O Batata e o Kleber ficaram no boteco lá embaixo e subiram a Paula, a amiga dela, o gordinho e a Carmô.

Logo depois descemos para uma pequena concentração no boteco. Eu bebi uma água com gás. A cerveja ainda não descia e cada cigarro que eu acendia me dava mais vontade de vomitar. Nesse momento decidi ficar ao menos duas horas sem cigarro e a noite inteira sem drogas ingeríveis (além do álcool).

Assim foi feito. Depois do nosso comboio (guiado pela nega e eu de co-piloto) ter feito uma gambiarra através de um posto de gasolina e entrado em duas vias contra-mão, enfim chegamos ao Largo São Francisco, onde rolava mais uma festa do núcleo Loucos Por Festinha - Agitos Em Geral.

Sem maiores comentários para a festa. Ainda não conheci um ser que não tivesse curtido qualquer das edições da festa.

Depois de umas três horas minha dor de cabeça havia sumido por completo e eu fiquei alegre e contente sem necessidade de maiores aditivos. Quer dizer, mais ou menos na hora em que estava amanhecendo fui ao banheiro e encontrei um amigo. Questionei se ele sabia de alguém que possuísse um charlie para negócio. Na mesma hora um amigo dele saía do reservado e foi solicitado para que me cedesse pequena quantidade da substância. Que rápido! Que bom se fosse sempre fácil assim. Pensando bem, acho que não.

Ainda recebi mais ofertas e também adquiri para contribuir. Mas a noite foi bem proveitosa em outros campos também. Aliás, muito proveitosa.

Já ia esquecer de comentar a melhor cena da noite: Estávamos conversando do lado da mesa de sinuca e a nega disse pro Kleber que era para ele avisar quando fosse dar uma tacada próximo a nós, para que ela se posicionasse de modo que a parte de trás do taco encaixasse nela. E assim foi feito. Vi as meninas underground-cheias-de-atitude com caras de indignadas. Assim como uns marmanjos também. Ri a valer! Olha a nega, apavorando o porão!

Acho que a festa acabou realmente às onze da manhã, quando fomos a um chill out natimorto no terraço da casa dos estudantes. Só ficamos conversando no terraço e depois na casa do Mochs. Umas duas da tarde fomos embora. O pessoal foi ao Empanadas e depois esticaria até o Rose Bombom. Mesmo tendo recebido três ligações (e olhe que eu sou bem persuasível nessas situações), sabendo que as entradas seriam "di grátis" e que existiriam aditivos para animar a festa, eu declinei. Não agüentava, até febril eu me sentia. Deitei no chão da minha casa, em cima dos cobertores. Levantei à noite, para aquele gole d'água e me joguei dentro da barraca. Acordei com o temporal. Dormi. Acordei de novo e saí da barraca para ver se a chuva passara. Voltei à toca e dormi até a hora do trabalho.

Trabalhei febril. Foi um dia péssimo. Só um pouquinho pior que toda segunda-feira, quando chego mal-humorado e com capacidade zero de produzir.

Na terça eu estava melhor e quarta fui dormir na casa da nega. Poucas cervejas e muitas risadas. Isso é muito bom.

Quinta-feira, na aula, consegui finalmente fazer a bendita foto do sabonete líquido. Foram necessárias quatro aulas para que eu fizesse UMA imagem. Ainda assim não fiquei satisfeito com o resultado. Ao menos aprendi o caminho das pedras. Depois da aula, cervejinha com a Áurea e o Fernando e depois, Soninho.

Sexta-feira fiquei o máximo do emputecido no trabalho: Justamente no final do expediente, cheio de coisas importantes a enviar e o computador resolve dar pau. Assim, perdi minhas caronas para minha cidade e tive que voltar gastando dinheiro e duas horas a mais. Na verdade, ao sair do trabalho eu já estava conformado. A odisséia é sempre divertida.

A boa da noite seria a comemoração do aniversário do meu irmão e do Ksei. Só que a chuva torrencial não deixou as pessoas subirem até o morro da asa-delta, onde era para ser a bebemoração.

Eu, meu irmão e o gordinho ainda subimos. O Binho nos acompanhou em outro carro com a Renata.

A subida do morro é íngreme, e com aquela água toda descendo parecia que subíamos uma corredeira. Praticamente um rafting-subida-motorizado.

Na frente do bar outro carro parado: era o Darius, o Ksei e mais alguém que não saiu do carro.

Já sabíamos que as pessoas não iriam, mas fomos dar uma satisfação ao dono do bar, que o abriu só para a cervejada. Bebemos uma olhando a paisagem bonitona, um pouco prejudicada pelas nuvens que passavam e cobriam a cidade.

Descemos o morro e fomos ao Vitchola beber umas. Meu estômago vazio fez eu ficar bêbado muito rápido. Ainda fomos até o apê da Alê antes que eu partisse para casa meio cambaleante.

No outro dia fiquei enrolando entre computador e televisão e à noite, quando eu estava passando as fotos da última festa para a Internet, dois sujeitos me apressavam para que partíssemos logo para nosso destino: Festa de criança e Circuito.

Então chegaram os tios na festa da Luana. Os tios mais doidos ainda estavam sóbrios. Quase todo mundo da velha turma do meu irmão tem filhos e no final até rolou uma foto de família: a turma e a nova geração.

Saímos meio que à francesa para evitar o "maisjá-ficamaisumpouco-bebemaisuma". Então subimos a serra eu, meu irmão, Alexandre e Gordinho.

Antes da circuito passamos na casa do Mochs, onde ele e o Sono revezavam o comando de dois CDJs. Bebemos catuaba, vodca e energéticos e eu ainda troquei dois disquinhos pra não perder o gostinho.

Na entrada dropei uma tchuca e matei a vodca com energético. Entramos bem na hora que começava o DJ Assault. Curti muito o set e a bala, que bateu muito bem. Ajudou. Eu, conforme havia prometido pra mim mesmo não enchi tanto a cara de cachaça, aproveitando melhor a viagem. Muito álcool: às vezes é bom, às vezes é ruim.

O set breakbeat do Camilo Rocha acho que foi o que mais fez o povo viajar. Só as versões deliciosas de "New Sensation" e "Crosstown traffic" já são orgásticas o suficiente para um set só. E falando nisso, parece que um santo taradão desceu no Alexandre. O rapaz chegava nas meninas de modo pouco apropriado para o tipo de local e meninas. Em certa hora que ele chegava lânguido para falar no ouvidinho de uma amiga, chamei-o para pegarmos uma cerveja lá no balcão. Outra hora, antes da abordagem a outra amiga, chamei-o e apresentei um tecodequeta para ele. Foi o suficiente para deixá-lo em marcha lenta por uns quinze minutos. Depois ele voltou à carga e eu fui curtir a minha viagem porque não sou babá de marmanjo e nem de marmanjas. Na verdade acho que ele tem um pouco de razão: elas gostam, ehehhe!

Saímos no meio do set do Jerome Hill e bebemos mais umas cervejas no boteco do lado da igreja.

Quando os meninos foram embora, fui até o Susi in Transe. Já estava meio vazio o after que chegava ao fim, mas ainda encontrei algumas figuras conhecidas. Estavam lá o Chinellato e a Kati. Também estava um camarada gordão que eu conheço desde o Susi antigo mas não sei o nome dele até hoje. Estava ele e mais um amigo dele, o Edi, biba figuríssima.

Quase acabando, nas últimas músicas, eu e o gordão corríamos até a frente da pista ameaçando dar piruetas. Na última corrida ainda mandei duas estrelas para não ficar só na ameaça.

Ao acabar o after-hours, fomos eu, o Edi e o gordão até o boteco ao lado da igreja. Esse boteco virou meu point inter-baladas e a cada hora apareço por lá com diferentes freaks.

Bebemos algumas e saímos à caça da balada perdida. Chegamos aos jardins porque tínhamos esperanças de haver um movimento no empanadas, mas qual! O local estava fechado e parecia que continuaria daquele jeito por umas horas. Decidimos dar uma volta antes de voltarmos ao empanadas e nos certificarmos de que permaneceria mesmo fechado. Descemos até o Amarelinho mas demos meia-volta: queríamos barulho, queríamos confusão.

Sem esperanças voltamos à região central e eis que alguém tem a brilhante idéia: vamos entrar no Freedom.

E lá fui eu para a matinée mais bagaceira do mundo. Quando a gente acha que já foi ao fundo do poço, vemos que lá havia um alçapão.

A Freedom é uma buáti guei na esquina da Vieira de Carvalho (onde mais?) com a Vitória, em frente ao Largo do Arouche (onde mais?). Na porta, um travesti feio e mal-humorado fazia as vezes de hostess. Furamos a fila na maior cara de pau e pedimos desconto pro tio-tia da porta. Três reais de entrada tá de bom tamanho. Lá dentro, mini-bibas e mini-lesbians dividiam espaço com cybermanos e cyberminas. Na hora que tocou "smack my bitch up" a molecada começou a se bater numa roda pós-punk. Eu e o gordão entramos na roda e curiosamente ninguém relou na gente. Nele por ser gigante e em mim pela cara de insano que eu apresentava. Acho.

Paguei meu cartão, que marcava apenas a entrada e mais duas cervejas. Antes de sair disse que só iria em casa pegar mais dinheiro para beber e voltaria logo. Chegando em casa deitei no chão e dormi bem.

Sobre a semana de trabalho: Não sei se a semana foi comum demais ou muito boa. Só sei que não lembro do que aconteceu.

Voltando pro (ou adiantando até o) fim de semana, nem saí na sexta. Fiquei arrumando fotos no computador e publicando na Internet até uma ou duas da manhã.

Sábado à tarde fui passear sozinho no shopping. Não gosto de shoppings. Sempre que vou a um lembro de Sócrates. Lembro de ouvir dizer que ele andava pelos mercados de Atenas só para ver tudo o que ofereciam e que ele de modo algum precisava. Mas fui porque queria comprar algo para meu irmão. No meu núcleo familiar ainda é tradição dar presente nos aniversários e no natal. Normalmente eu dou lembrancinhas mais legaizinhas no natal porque eu não tenho pena do 13º. É pra gastar mesmo.

Depois do xópis fui à casa da minha irmã filar um café e papear. Estávamos lá eu, minha irmã, meu cunhado, minha mãe e meu pai conversando animadamente quando de repente a conversa tomou rumos surreais. Cada um falava uma coisa e a encaixava nos temas principais ao invés de entabular uma conversa normal em que o tema principal vai se ramificando em sub temas.

Demos muitas risadas com as confusões e eu me perguntei se eu estaria transmitindo loucura aos meus entes queridos ou se minha irmã colocara algo no café.

De lá fui caminhando até em casa com meus velhos e saí para a festa. Passei no mercadinho e fui carregando uma caixinha de cerveja. Ao descer do ônibus, lá no canal 1, avistei o Medonho do outro lado. Fui andando até ele para cumprimentá-lo e ele apontou quem vinha lá do outro lado do canal, de onde eu vim: a Rosinha! E barriguda já. O pior é que estávamos no mesmo ônibus e não nos vimos.

Fomos os três caminhando até a festa. O motivo da cervejada era a despedida da Carmô, que quatro dias depois partiu para morar na Inglaterra. E essa cervejada foi na casa da Verena, uma ex-namorada minha que hoje é mãe e esposa devotada e continua linda e alto-astral. E essa fofura toda de minha parte para com todos já está me enjoando.

Bom, a festa estava ótima. Cheia de amigos, e eu saí de lá umas três ou quatro da manhã com a última leva de amigos e sob chuva torrencial. Paramos no Anhembi - bar trevas - e lógico que eu comprei um charlinho. Estávamos em quatro que eu chamei para mandarmos no banheiro feminino do quiosque. Ainda bebemos algumas no Anhembi mas resolvemos sair das trevas. Acho que a Maria que deu a idéia de irmos ao Tex Point, posto e loja de conveniência do canal 3. Programa mais caipira não há, mas tudo vale a pena quando há cerveja e boa companhia.

Havia uma molecada no posto e um carequinha de boné acho que não foi com a minha cara, pois uma hora eu olhei para ele e ele estava me olhando com cara de mau. Ignorei e continuei meu papo com as meninas e o maluco que estava com a gente. Apareceu um amigo do maluco e ficamos os cinco conversando. Olho de novo para o lado e lá estava o carequinha me olhando feio. Retribuí o feio olhar, o mundo animal tem dessas coisas.

Depois entrei na loja de conveniência para pegar mais cervejas passando ao lado da turma do carequinha, porque quando estou bêbado eu sou folgado e por isso posso apanhar que nem criança uma hora dessas.

Peguei as cervejas e quando voltei, os caras que estavam com a gente disseram que o carequinha chegou e falou que batia nele e no amigo dele. Meio que assim, do nada. E depois sumiu no mundo. Eu disse que "esse leucemia precisa estar trepado para querer bater na gente". Na verdade os malucos também estavam cagando bolinhas para o leucemia. Bebemos nossas cervejas, conversamos mais e fomos pra casa. Ou melhor, acho que todo mundo foi menos eu. Ainda fui fazer minha última presença no Beer Rock. Este sim, o bar mais trevas.

A menina do balcão, podre de bêbada, deu risada ao me ver chegando de manhã e ignorando a frente do bar tomada de água até o tornozelo. Cheguei e pedi uma cerveja.

Comprei mais um charlinho, encontrei um casal de conhecidos e fiquei nessa psicose mais um tempinho.

Cheguei em casa noiado mas dormi logo. E dormi até a noitinha. Acordei por umas três horas para capotar de novo e só acordar na madrugada de segunda para ir trabalhar direto.

A semana útil foi curta e eu, inútil, resolvi jaquear já na terça. Ao voltar da aula liguei para a Cris e combinamos uma cerveja no boteco da igreja. Bebemos sozinhos quase uma garrafa cada um. Sozinhos mesmo. Eu em um boteco e ela no segundo boteco vizinho. E nem nos vimos por um tempão até que ela ligou e nos juntamos na mesma mesa. A Cris propôs uma baladinha leve mas eu disse que só beberia algumas e voltaria pra casa para não dormir tão tarde.

Bem, só que depois eu liguei para a Áurea e o Fernando, que estavam vindo para perto da minha casa. Ainda estavam junto do Tico. Equipe formadíssima, fomos parar na casa do Tico, de onde eu fui direto para o trabalho. É claro que eu já fui piolho de cobra e levei roupa social na mochila.

Até que trabalhei bem contando-se tudo o que eu havia feito até então. À noite voltei de carona, dando risada com os doidos que trabalham comigo. Os caras passaram quase duas horas se xingando. Paramos em dois botecos e ainda dei uns pegas em um beckzinho antes de ser deixado em casa. Hora de descanso.

Quinta à tarde fui à festa da filha do Alê (Alê é o caralho!), o tarado da Circuito. Muitos amigos e muita cerveja. Tanta cerveja que até deu apagão na mente. Depois que anoiteceu fomos à casa do Babbah para um chill out completo: som, cerveja, cannabis, charlie e até limontchello que eu bebi pra caralho. Trata-se de uma bebida italiana feita com álcool 90º curtido com limão e açúcar. Dilíça.

De acordo com informações posteriores fornecidas pelo gordinho ao meu irmão, nós saímos da casa do Babbah e fomos até a minha casa porque eu precisava pegar minha carteira. Os meninos ficaram no carro, colocaram um ghettotech no último volume e puseram-se a dançar na rua chamando a atenção das meninas que estavam na calçada do prédio em frente. Então apareço eu pedindo para abaixar o som, jurando que já era tarde. Entramos no carro e assim que eu me acomodei no banco da frente, gritei: "essa música é do caralhooo!", aumentando o volume no talo e saindo pra dançar na rua. Depois passamos na casa do Alexandre que estava na calçada com a mão cheia de brigadeiros. Ele nos contou que a polícia passou, parou e perguntou o que ele fazia ali. Ao que este respondeu: comendo brigadeiros.

E aqui acabam as anotações. Assim mesmo, cortadas do nada. Como uma vida que acaba inesperadamente.

A propósito, encontrei as lentes de contato uns dias atrás, meses depois de tê-las perdido.



Ouvindo:

Transpiração - Alzíra Espíndola / Itamar Assumpção

A inspiração vem de onde
Pergunta pra mim alguém
Respondo talvez de longe
De avião, barco ou bonde
Vem com meu bem de Belém

Vem com você nesse trem
Nas entrelinhas de um livro
Da morte de um ser vivo
Das veias de um coração
Vem de um gesto preciso
Vem de um amor, vem do riso
Vem por alguma razão

Vem pelo sim, pelo não
Vem pelo mar gaivota
Vem pelos bichos da mata
Vem lá do céu, vem do chão
Vem da medida exata
Vem dentro da tua carta
Vem do Azerbaijão

Vem pela transpiração
A inspiração vem de onde, de onde
A inspiração vem de onde, de onde

Vem da tristeza, alegria
Do canto da cotovia
Vem do luar do sertão
Vem de uma noite fria
Vem olha só quem diria
Vem pelo raio e trovão

No beijo dessa paixão
A inspiração vem de onde, de onde
De onde
A inspiração vem de onde, de onde



   sexta-feira, março 10, 2006
E não é que terminei a peregrinação? Cheguei ontem na foz do Velho Chico! Agora já estou gozando em outro lugar no nordeste e logo logo estou de volta. Mais uma vez vocês agüentarão a redação "minhas férias".

Acho que mês que vem começo a publicar.

E ainda tenho um resto de férias! Eeeeeeeeeeeeba!!!



   sexta-feira, março 03, 2006
Axoxique

...estar em Xique Xique.

Cá estou eu em um cyber café no interior da Bahia. Ontem eu estava rindo sozinho em Bom Jesus da Lapa ouvindo os meninos no cyber falando (gritando) um com o outro em seus computadores o que rolava no Cóunter Istráique. Aqui em Xique Xique está parecido, engraçada linguagem computadorística com sotaque. Mas como não tirei férias para ficar enfurnado em cybers, vou depressa beber uma cerveja.



   quarta-feira, março 01, 2006
"Olha as carrancas
do rio São Francisco
rema rema remador
primavera vem chegando
inspirando amor
o rio toma forma de sambista
como o artista imaginou"

Ontem me joguei no rafting. Achei que seria molezinha, mas não.

Rápido foi - apenas uns dez minutos - mas a hora da corredeira foi punk! Quase tomei uma "botezada" no focinho. Vai subestimando, vai fio!



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